Reviews e Análises
Gran Turismo: de jogador a corredor – Crítica

Não vou dizer que o filme não me prometia muito porque realmente era uma possibilidade grande de deixar a desejar, afinal é filme de game. E a gente sabe que se tem placa, tem história. No caso de game nas telas, tem muuuuitas histórias. Mas eu ganhei um boleto astronômico constando apenas um item: Pagar a língua. O filme está maravilhoso. De dar taquicardia. Tem como melhorar? Tem. É baseado em fatos.

Vamos falar da direção. Neil Blomkamp segura esse rojão da direção e coordena muito bem essa equipe mantendo um ritmo absurdo. O cara sabe o que faz. É o mesmo diretor de “Distrito 9” de 2009, “Elysium” de 2013 e “Chappie” de 2015. Os efeitos são incríveis e a condução dos atores de forma maravilhosa. O filme, mergulha na dinâmica das corridas, mas em muitos momentos ativa os efeitos do jogo e mescla isso de forma muito competente. Um problema, ao meu ver, é que em alguns movimentos de câmera no drone dão uma exagerada.
Elaborando o roteiro temos Jason Hall (“Sniper Americano” de 2014), Zack Baylin (“King Richard: Criando campeãs” de 2021) e Alex Tse (“Watchman: o filme” de 2009). Já deu pra notar o naipe do time de roteiristas. E o roteiro além de respeitar muito o jogo e ser também bem competente ao mostrar o universo das corridas consegue construir muito bem toda a jornada dos personagens, o peso dramático, a adrenalina das cenas de corrida e os picos de clímax são de tirar o fôlego.

Na atuação temos um elenco maravilhoso. Temos David Harbour como Jack Salter, Orlando Bloom como Danny Moore, Archie Madekwe como o piloto Jann Mardenborough, Djimon Hounsou como Steve Mardenborough (Pai de Jann) e mais uma galera muito boa. A atuação está incrível. Não deixando a desejar em nada. O trabalho de atuação não trouxe uma construção muito complexa, mas pediu um ritmo e momentos excelentes de emoção. trabalho rico.

O filme inicia contando a história da criação de um jogo de videogame que na verdade era um simulador de corrida mais rico e completo até o momento. Na sequência mostra um jovem prodígio, Jann, e dedicado ao jogo com o sonho de ser piloto, o que não recebia lá muito apoio em casa. Sua sorte está para mudar quando Danny resolve propor pros executivos da Nissan fazer uma escola de pilotos a partir dos jogadores do jogo de video game Gran Turismo. E o mais louco é que o vencedor dessa competição, passado a fase da escola de formação, iria correr real num campeonato de fórmula 4. Daí, meu povo, vocês terão que ir ao cinema curtirem essa obra e dizer o que achou.
Essa crítica da 4,5 de 5 para esse filme com o coração acelerado.
O filme estreia dia 24 de agosto nos cinemas.
Reviews e Análises
Lispectorante – Crítica

Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.
Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.
Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.
A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!
Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.
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