Reviews e Análises
Eduardo e Mônica – Crítica
Eduardo e Mônica, dirigido por René Sampaio é inspirado na música da Legião Urbana de mesmo nome e conta a história de Eduardo (Gabriel Leone), jovem rapaz neto de militar que vive na Brasília dos anos 80. Em determinada noite, em uma “festa estranha com gente esquisita”, ele conhece Mônica (Alice Braga), jovem médica que está passando por um momento difícil pois acabou de perder o pai, com quem tinha uma relação muito boa. Os dois se conhecem, acabam se gostando, mas são muito diferentes. E aí se desenrola a história, com idas e vindas, brigas e amor, até que no final se descobre que “não existe razão nas coisas feitas pelo coração”.
A tarefa difícil do roteiro em desenvolver os versos de uma música de apenas quatro minutos e meio em duas horas de projeção é nítida. Por alguns momentos o filme parece se arrastar em um “mela-cueca” sem fim. Em outros, diverte bastante, principalmente aos fãs da banda capitaneada por Renato Russo ou a quem vive ou viveu em Brasília. Se existe um mérito no filme, seria esse. Fazer a gente se apaixonar novamente pela cidade, sem precisar mostrar necessariamente a todo momento os principais monumentos de Oscar Niemeyer.
Os dois atores seguram bem o filme, mas a dificuldade do roteiro em deslanchar a história pesa bastante. Talvez se não houvesse a necessidade de que fosse um longa-metragem, tudo ficasse mais fluído e agradável. Funciona bem como homenagem, como fan-service, mas peca como entretenimento para o público em geral. Vai agradar mais a galera que curtiu os anos 80.
Reviews e Análises
Lispectorante – Crítica

Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.
Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.
Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.
A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!
Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.
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