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Downton Abbey II: Uma Nova Era – Crítica

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É sempre uma tarefa complicada fazer um filme baseado em uma série longeva na TV. O roteiro tem que ser facilmente entendido por um público mais abrangente, que nunca teve contato com a série e, ao mesmo tempo, agradar aos fãs, ávidos por mais material novo sobre seus personagens favoritos, e ainda assim dar prosseguimento à história como um todo.

Felizmente, Downton Abbey II: Uma Nova Era consegue realizar isso em grande parte. É importante pelo menos ter assistido ao primeiro longa-metragem de 2019 para entender melhor tudo o que está acontecendo. Desta vez, a família Crawley ganha mais espaço no roteiro do que a criadagem.

Uma equipe de cinema resolve alugar o castelo Downton Abbey para rodar um filme. Enquanto Lady Mary (Michelle Dockery) supervisiona tudo, outra parte da família ruma para o sul da França, pois a matriarca Violet (Maggie Smith) herdou uma mansão de veraneio de um antigo amante e todos querem descobrir mais sobre esse passado misterioso da vovó.

Allen Leech stars as Tom Branson, Nathalie Baye as Mme Montmirail, Elizabeth McGovern as Cora Grantham, Hugh Bonneville as Robert Grantham, Tuppence Middleton as Lucy Branson, Laura Carmichael as Lady Edith, Jonathan Zaccäi as M Montmirail, Jim Carter as Mr. Carson, Imelda Staunton stars as Lady Bagshaw and Harry Hadden-Paton as Bertie Pelham in DOWNTON ABBEY: A New Era, a Focus Features release. Credit: Ben Blackall / © 2022 Focus Features LLC

Confusão armada, o filme transita bem e consegue desenvolver muito bem as duas tramas, levando até a homenagens inesperadas a filmes antigos como Cantando na Chuva. Em outra parte, a enorme profusão de personagens acaba deixando algumas sub-tramas pouco desenvolvidas, mas nada que prejudique o filme.

Diferentemente do anterior, Downton Abbey II: Uma Nova Era não trata da diferença social entre as classes, mas sim sobre a evolução. Não só a do ser humano, mas a da sociedade como um todo, do pensamento, da tecnologia, das relações humanas e de trabalho. Um bom filme, que diverte e faz refletir.

Avaliação: 4 de 5.
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Ainda Estou Aqui – Crítica

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ainda estou aqui

Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.

Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.

Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.

Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.

Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.

O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.

Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.

Nota 5 de 5

Avaliação: 5 de 5.
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