Reviews e Análises
Dia do Sim – Crítica
“Dia do Sim” (Yes Day – 2021) tem uma premissa tão simples quanto o seu desenvolvimento, mas muito relevante nos dias em que vivemos. Um pai (Edgar Ramírez) e uma mãe (Jennifer Garner) têm três filhos de idades variadas. Na loucura do dia-a-dia acabam focando muito mais nas dificuldades do que nas felicidades e são julgados pelos filhos por serem, principalmente a mãe, muito negativos e controladores. Tudo dentro de casa é não. Chamados pela orientação da escola para conversar, os pais são desafiados a dizerem mais vezes a palavra “sim”. A ideia seria escolher um dia no mês para ser o Dia do Sim, onde os pais não poderiam dizer não para nada, a não ser que seja algo que irá afetar uma situação futura, como adotar um pet, por exemplo.
Com isso, acompanhamos essa família viver um turbilhão de situações engraçadas, emocionantes, transformadoras, tudo por conta do poder da positividade e da permissividade. É claro que nem tudo dá certo e a situação sai do controle, afinal todo mundo precisa de limites na vida. Mas acaba tudo se acertando, em uma mensagem bonitinha de parcimônia, tolerância, amor e companheirismo aliada à obediência. O filme é bem bobinho e voltado principalmente para o público infantil, mas os pais de crianças pequenas, entre 6 e 10 vão curtir assistir ao filme com eles. Pode inclusive se tornar uma bela motivação para tentar aplicar o que é proposto no filme na vida real.
A direção tem seus momentos de destaque, os atores não estão mal, mas o que emociona mesmo são as mensagens e as reflexões propostas. Em um tempo tão conturbado e de tanta negatividade, é muito bom quando um filme assim surge para acalentar e renovar as nossas esperanças de que podemos ser felizes. O filme está disponível no Netflix.
Reviews e Análises
Ainda Estou Aqui – Crítica
Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.
Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.
Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.
Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.
Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.
O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.
Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.
Nota 5 de 5
-
Reviews e Análises2 semanas ago
Megalópolis – Crítica
-
Reviews e Análises2 semanas ago
Ainda Estou Aqui – Crítica
-
CO23 semanas ago
CO2 333 – Multa no Vulcão e o Pai Congelado
-
Notícias2 semanas ago
Warner Bros. Pictures anuncia novas datas de lançamento para os filmes Acompanhante Perfeita e Mickey 17