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Como Matar a Besta – Crítica

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Como Matar a Besta (Como Matar A La Bestia) é uma co-produção Argentina, Brasil e Chile, dirigida e roteirizada por Agustina San Martin. O filme conta a história de Emília, jovem de 17 anos de Buenos Aires que chega na casa de sua tia, na fronteira entre a Argentina e o Brasil. Emília procura por seu irmão Mateo, que sumiu e não dá notícias há dias. Ao chegar ao vilarejo, Emilia descobre que há uma besta feroz à solta.

O filme tem um clima completamente intimista e fantasioso, com interações mínimas entre os personagens, poucas falas e muita, mas muita contemplação. E é isso o que mais irrita o espectador. Um filme é, antes de mais nada, imagem em movimento. Mas se as pessoas não conversarem sobre o que estão vivendo, fica difícil entender a história apenas com a emoção dos atores.

Como descobrir que a besta-fera é um homem transformado, se isso não é dito em momento nenhum do longa, apenas em sua sinopse? Pelas poucas pistas deixadas pelas imagens fica bem complicado. A história, simples porém intrigante, poderia ser um thriller muito mais interessante caso o roteiro se dedicasse mais a ter texto do que apenas subtexto.

Com uma fotografia competente, mas uma montagem enfadonha, Como Matar a Besta só vai agradar aquela galera que gosta de cinema arte do cineasta de tênis verde, com boina na cabeça e falando em contra plongeé. Uma pena, pois teria chance de alcançar um público muito maior.

Avaliação: 2 de 5.

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Ainda Estou Aqui – Crítica

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ainda estou aqui

Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.

Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.

Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.

Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.

Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.

O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.

Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.

Nota 5 de 5

Avaliação: 5 de 5.
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Burburinho

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