Reviews e Análises
Como Cães e Gatos 3 | Crítica
Com a reabertura dos cinemas voltam as estreias e entre elas está Como Cães e Gatos 3: Peludos Unidos. Na terceira película da franquia, a trégua de 10 anos na guerra pela posição de melhor amigo do homem é abalada. Um novo vilão, auto denominado de “o mais nefasto que o mundo já viu”, invade as redes de celular e wi-fi para manipular caninos e felinos a entrarem em conflito.
Usando animais bem treinados e uma boa pincelada de cgi, a gata Gwen e o cachorro Roger se unem para salvar suas espécies da guerra, enquanto seus donos se isolam em seus videogames e celulares. Nessa sequência usam-se mais animais do que apenas cães e gatos dos filmes anteriores, com uma pet-shop sendo um dos locais predominantes da história. O filme é bem leve e trata os assuntos dos relacionamentos dos adolescentes com seus pais de forma superficial e sem muito drama, focando na comédia e na relação dos dois.
Focado para o público infantil, ele não se prende em resolver os problemas de Max (Callum Seagram) e Zoe (Sarah Giles). Os dois adolescentes que moram no mesmo prédio, Zoe com seu pai músico e sem dinheiro e Max com sua mãe que quer que ele se torne um astro do tênis. O filme abusa de patas falsas e, muitas vezes, composição para colocar os animais na mesma cena. Isso aliado com o CGI que falha aqui e ali em nos enganar ao fazer os animais falarem, ajuda a nos remover da ilusão. A atuação dos animais também deixa a desejar em algumas cenas onde o cachorro Roger atua como se estivesse aparentemente desconfiado, mas a dublagem retrata um dia corriqueiro.
Dirigido por Sean McNamara, o filme não é uma obra prima mas também não deixa a desejar, entrega o que se propõe: uma comédia leve para toda a família assistir junta.
Reviews e Análises
Lispectorante – Crítica

Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.
Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.
Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.
A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!
Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.
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Simões Neto
22 de outubro de 2020 at 20:46
Querendo assistir, mas preocupado se vou entender a trilogia.