Reviews e Análises
Com Amor e Fúria – Crítica

Um bom drama e uma história de amor difícil. Assim eu poderia resumir esse filme que tem muitos movimentos emocionais da personagem e carregado de escolhas difíceis. A dificuldade está no tempo do filme. Ele não cria uma barriga, mas vai te conduzindo em um ritmo lento apesar da tensão na trama.

Claire Denis, que assina a direção desse filme, e já tem em seu currículo “35 doses de Rum”, de 2008, “Bastardos”, de 2013, e “High Life”, de 2018, aqui faz um trabalho escalonado de apresentar muito bem as personagens e seus conflitos. A diretora traz a agonia da personagem e também sua instabilidade já na forma em que as cenas são filmadas. A escolha pela lentidão do processo me parece uma escolha para que o espectador tenha mais tempo de perceber os detalhes de toda a cena. Um ótimo trabalho.

No roteiro, temos a participação de Claire, que demonstra uma grande intimidade com o texto e as visões que quer passar. E temos também Christine Angot, que tem na sua trajetória “Um amor impossível” de 2018, e “Deixe a luz do sol entrar” de 2017. O roteiro está muito bem escrito e organizado. A construção da jornada das personagens é bem rica e cheia de detalhes.
Já no elenco temos um bom trabalho. Em alguns momentos se destaca em uma ótima atuação. MAs o filme oscila pouco na exigência da performance desses artistas. Mas entregam e entregam bem. E temos Juliette Binoche (“Paciente Inglês”, 1996, “”A Vigilante do Amanhã: Ghost In the shell”, de 2017”) como Sara, Temos Vincent Lindon (“O último amor de Casanova”, de 2019, e “Rodin”, de 2017) como Jean e Pra completar o trio principal da trama Gregoire Colin (“Bastardos”, de 2013, e “Pura Paixão”, de 2020) como François. E esse Trio tem um dramãaaaao.

Mas chegando de enrolação vamos ao que interessa. E o que é esse filme? É sobre uma mulher, Sara, que é casada com Jean, mas do nadão a vida resolve trazer de volta François, o ex. O lance é que essa relação ainda havia deixado pendências do passado e alguns desejos na gaveta, além de que não foi nenhum modelo de relação perfeita..Jean por sua vez, tem uma decepções no passado (que não tem?) e isso traz algumas marcas na sua postura e inclusive preocupações com seu filho. E se esse temperinho não fosse bom o suficiente, François e Jean, que ja tiveram uma amizade boa no passado, mas que ficou lá, resolvem reatar a amizade e ainda firmarem sociedade. É pra lascar a sanidade de Sara. Agora você vai ter que assistir pra saber o que acontece com esses três.
Essa crítica dá um 4/5 pra esse filme e diz que vale bem a pena, mas se você gosta de um drama.
O filme estreia dia 03 de novembro, nos cinemas.
Reviews e Análises
Lispectorante – Crítica

Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.
Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.
Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.
A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!
Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.
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