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Reviews e Análises

Cães de Guerra | Crítica

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Com uma carreira consolidada na comédia, Todd Phillips (Se Beber, Não Case!) faz sua estreia no drama ao dirigir seu mais novo projeto: Cães de Guerra. Sem perder, obviamente, o tom cômico. 

Utilizando o humor (de forma não tão eficiente) ao abordar um tema bastante sério (a guerra como uma lucrativa fonte de dinheiro), o filme aposta no talento e carisma dos personagens que utilizam o excesso como construção da trama.

Roteirizado por Stephen Chin, Jason Smilovic e Phillips, o longa (baseado em eventos reais) mostra David (Miles Teller), um jovem com problemas financeiros que trabalha como massagista de ricaços para ganhar certo sustento para ele e a esposa. Certo dia, David encontra seu antigo amigo de escola Efraim (Jonah Hill) que ganha uma boa grana com sua pequena empresa vendendo armas para o governo dos Estados Unidos. David logo vai trabalhar com o amigo e juntos constroem um negócio milionário. Acostumados com dinheiro, festas e drogas, os personagens conhecem o outro lado da moeda e os reais efeitos da venda de armas ao terem que pessoalmente realizar uma entrega em pleno ambiente de guerra. 

Não é possível negar a referência estampada de Scarface em Cães de Guerra, ao passo que o espectador é apresentado ao gângster moderno numa Miami envolta de cubanos e nas várias citações do filme durante a projeção. Isso sem contar a influência que Tony Montana tem na vida de certo personagem.

Sem dúvidas o destaque do filme vai para as atuações que Teller e Hill conferem a seus personagens. Carismáticos, os atores se saem bem apesar da falta de colaboração do roteiro em um ponto ou outro (como quando os sentimentos de certo personagem mudam repentinamente sem motivo aparente). 

Logo no começo do filme o espectador já compra a situação vulnerável de David, colocando-se ao seu lado. Teller tem se mostrado um ator bastante talentoso dessa geração e confirma isso ao contracenar com Hill e ao representar o drama que David tem com sua esposa Iz (Ana de Armas). Já essa deixa a desejar em sua atuação, apesar de se destacar pela beleza. 

Hill é a representação literal do excesso. Muito acima do peso e sempre farreando, vive intensamente. Altamente explosivo e com uma risada sarcástica (propositalmente forçada), Efraim é o personagem que o público ama odiar. 

O filme conta ainda com a participação de Bradley Cooper (parceiro antigo de Phillips)  que desempenha com eficiência um intimidador e perigoso traficante de armas internacional. 

Começando com um ritmo frenético, a montagem recortada é repleta de informações na tela e planos congelados. Algo no estilo de A Grande Aposta, mas que não obtém o mesmo êxito. Com sua divisão em vários capítulos e ao abusar de narrações, textos e fade-outs, o filme tem o ritmo picotado.

Mas se por um lado o ritmo e a montagem do longa são comprometidos, essas falhas são maquiadas com uma trilha sonora divertida e bem diversificada, com músicas já bastante conhecidas pelo público. E não posso deixar de mencionar que há uma cena ou outra que esteticamente são belíssimas. 

Criticando a cultura do tráfico de armas num sistema falho do governo Bush, o longa traz uma mensagem de como a ganância (representada pelos excessos) pode influenciar na relação que os personagens têm uns com os outros e no quê isso pode resultar. 

Cães de Guerra não consegue aproveitar seu potencial, mas faz críticas precisas e reflete mensagens importantes em várias camadas de sua narrativa. 

Nota do crítico: 3.5/5.0.

Por Henrique Xaxá.

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Mickey 17 – Crítica

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Mickey 17 é o filme mais recente de Bong Joon Ho (Parasita 2019) que desta vez nos traz uma ficção científica onde a clonagem (ou seria replicação?) de seres humanos existe. Nesse universo Robert Pattinson é Mickey Barnes, um dispensável – um funcionário descartável – em uma expedição para o mundo gelado de Nilfheim.

Mickey é recriado após cada missão extremamente perigosa que normalmente acaba em sua morte. O filme segue a décima sétima versão de Mickey que também é o narrador de como ele foi parar nessa roubada. E conta como as 16 vidas passadas foram muito úteis para a sobrevivência do restante da tripulação e passageiros da nave. Tudo ocorre muito bem até que, ao chegar de uma missão Mickey 17 se deita em sua cama e Mickey 18 levanta ao seu lado.

No elenco temos Steven Yeun (Invencível) como Timo, o melhor amigo de Mickey. Naomi Ackie (Pisque duas Vezes) como sua namorada Nasha e Mark Ruffalo (Vingadores) como Kenneth Marshal o capitão da nave.

O roteiro do filme foi adaptado do romance Mickey7 de Edward Ashton e foi anunciado antes mesmo da publicação da obra. Ele é cheio de críticas sociais, algo muito comum nos trabalhos de Bong Joon Ho, que usa a nave, sua tripulação e seus passageiros como um recorte da sociedade. Com um seleto grupo cheio de regalias enquanto a massa tem que contar minunciosamente as calorias ingeridas, pessoas com trabalhos simples e outras literalmente morrendo de trabalhar em escala 7×0.

Robert Pattinson quase carrega o filme nas costas, mas Mark Ruffalo também dá um show de interpretação junto de Toni Collette. Infelizmente Steven Yeun não se destaca muito e fica dentro da sua zona de conforto, mas não sabemos se o papel foi escrito especificamente pra ele. O elenco entrega muito bem as cenas cômicas e também as dramáticas, o que não te faz sentir as mais de duas horas de filme passarem.

Mickey 17 é um filme de ficção com um pé bem plantado na realidade que te diverte do início ao fim.

Avaliação: 4.5 de 5.
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Burburinho

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