Reviews e Análises
Bloodshot – review
Todo mundo quer ganhar dinheiro, né? Bloodshot é a nova tentativa da Sony de ter mais uma franquia de super-heróis, mesmo que desatrelada aos mais conhecidos superseres das editoras Marvel e DC. A aposta agora são nos personagens da editora Valiant Entertainment, que tiveram pouca presença no Brasil nos anos 90 e 2000. Desconhecido do grande público, Bloodshot é uma mistura de Wolverine com Justiceiro.
Vin Diesel “interpreta” Ray Garrison, um soldado do exército que é assassinado junto com sua esposa enquanto os dois estavam de férias. Ray então é ressuscitado por uma corporação tecnológica com uma sigla esquecível e “aprimorado” com nano-robôs ou “nanites” que o ajudam a se regenerar quando ferido. Além disso ele ganha superpoderes de agilidade, superforça, metamorfose, pacote completo.
O grande diferencial na história é que sua memória foi apagada e reescrita diversas vezes para que os inimigos da tal corporação que o ressuscitou sejam assassinados por ele, usando-os como os responsáveis pela morte de sua mulher. Só que lá pelas tantas ele acaba tendo ajuda de outros personagens, o que faz com que ele descubra que foi manipulado e parte atrás de vingança.

Com uma trama confusa e cenas de ação genéricas, em momento nenhum o filme empolga. Vin Diesel tem mais uma performance medíocre, já que ele nunca soube interpretar nada além do que a si mesmo. Guy Pierce faz o vilão (não diga?), sempre também no automático. Lembra ele em Homem de Ferro 3? Parece o mesmo personagem. Entre os coadjuvantes, destaque para a beleza de Eiza González que faz KT, a personagem parceira de Ray, que acaba ajudando ele a descobrir a verdade.
Com uma história um pouco confusa e repetitiva, o roteiro não se ajuda, enfiando uma cena de ação genérica a cada 20 minutos. Nos momentos dramáticos nem há tanto drama assim. Em momento algum você sente a dor de Ray pela perda da esposa, e a vingança acaba se esvaziando em determinado momento do filme e aí o motivo vira outro. Enfim, uma bagunça. A montagem é confusa e atrapalha mais do que ajuda. O filme é dirigido pelo novato Dave Wilson, que cuidava de efeitos visuais e cinemáticos de video games. Isso mostra porque os momentos de ação são tão melhores do que as cenas dramáticas.
Bloodshot é um filme de ação genérico de super-heróis, com um personagem que ninguém se importa, um ator que não entrega e uma diversão rasa. O filme estreia dia 12/03/2020.

Nota: 2,0 de 5,0
Reviews e Análises
Lispectorante – Crítica

Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.
Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.
Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.
A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!
Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.
-
Livros em Cartaz3 semanas ago
Livros em Cartaz 074 – Pedro Páramo
-
QueIssoAssim2 semanas ago
QueIssoAssim 325 – Operação Documentário – Um papo com Rodrigo Astiz
-
Notícias3 semanas ago
Nova série do Disney+ sobre Jean Charles com participação de atriz paulistana Carolina Baroni
-
CO22 semanas ago
CO2 358 – O Resgate Duplo e o Contrabando
Simões Neto
12 de março de 2020 at 11:19
O carisma do Vin Diesel só é fora das câmeras. Nos filmes esse carisma não aparece. De qualquer forma gostei da ideia do filme e vou assistir quando chegar nas “locadoras”.