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Babilônia – Crítica

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Uuuumaaaa confra normal de fim de ano da empresa Marinho. Ou talvez o surubão de Noronha com bastidores de uma emissora. Ou apenas uma grande homenagem a toda a estrutura de entretenimento musico-teatral e cinematográfica e suas mudanças durante o tempo. São TRÊS HORAS de muita informação e coisas que não conhecemos sobre os bastidores e ouso a dizer: de modo amenizado hein. Mas é um espetáculo maravilhoso.

“Babilônia”, Paramount Pictures, 2023

Essa obra é dirigida muito competentemente por ninguém menos que Damien Chazelle, O mesmo que dirigiu e roteirizou “Lala Land: Cantando estações” de 2016 e “Whiplash: em busca da perfeição” de 2014. Ou seja, essa pessoa sabe concorrer a um Oscar com qualidade. E aqui não deixou a desejar, não fez feio, não baixou o nível e jogou a nível de Oscar meeesmo. Tem cena conceitual, mas o filme comunica diretamente com o público, é apelativo pro consumidor médio de cinema (e isso inclusive é comentado no filme). Um total de zero escolhas erradas.

Roteiro tem também a assinatura de Chazelle, e não coloquei tudo em um mesmo bloco porque ambos precisavam de uma atenção justa a sua qualidade. Um outeiro de textos e subtextos maravilhosos, ritmo presente (literalmente), um argumento que não é novidade, mas sobe um pouco mais a saia pra mostrar os pudores do verdadeiro bastidor de sets e estúdios. Se disser que romantizou algumas situações pesadas, vou dizer que foi mostrado aquele romance sujo, baixo, vulgar, mas não deixou de ser romantizado. e com grandes homenagens a grandes textos do cinema e suas fofocas de bastidor.

Nellie LaRoy, “Babilônia”, Paramount Pictures, 2023

No elenco.. ahhhhh o elenco. Do núcleo principal temos aí como menos conhecido o Diego Calva (“Carlota” e “Los hermosos vencidos”, ambos de 2021), ator mexicano, que interpreta Manny Torres. Os demais são muito conhecidos nossos Brad Pitt como Jack Conrad, Margot Robbie como Nellie LaRoy, Jean Smart como Elinor St. John e Jovan Adepo como Sidney Palmer. E mais uma galera que apesar de ser de peso, faz uma pequena participação. Mas perceba pelos nomes e pelo gabarito da direção que não estamos falando de um trabalho raso. Entregaram tuudo mesmo e com direito a mais. E digo isso sem medo de errar, afinal o filme é muito intenso em suas cenas, e o que foi pedido, foi entregue. 

Jack Conrad, Nellie LaRoy e Manny Torres, “Babilônia”, Paramount Pictures, 2023

Como eu quero que você vá assistir, vou contar um pouco sobre o que é o filme. O filme começa com uma festa singela, coisa de família. E ali mostra como funciona a network artística e as sociais de um cinema em fase de transformação no início dos anos 30. A partir disso o filme caminha justamente mostrando essa fase de transformação do cinema com a entrada do som, cinema falado, mudança da carreira de artistas, o trabalho de críticos, os bastidores dos estúdios de gravação, efeitos cinematográficos, ascensão e queda de estrelas e seus orbitantes, e também a participação de músicos nessa mídia. Estúdios, fama e vidas, como elas se ajeitam na loucura que é a arte. Não vou falar mais se não vou ter que contar spoilers como que a Margot Robbie chora por um olho só. E nem disse qual.

Essa crítica da 5 de 5, afinal está impecável mesmo.

E o filme estreia dia 19 de janeiro nos cinemas.

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Ainda Estou Aqui – Crítica

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ainda estou aqui

Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.

Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.

Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.

Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.

Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.

O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.

Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.

Nota 5 de 5

Avaliação: 5 de 5.
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