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Reviews e Análises

Assassino da Lua das Flores – Crítica

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Ahhhh que honra! Hoje estamos falando de um Scorsese original e com assinatura. Um filme cuja qualidade é proporcional ao tempo de exibição. Uma obra com texto e contexto necessários para um olhar para o passado e uma reflexão sobre o hoje. Difícil não ser impactado por tudo que é visto na telona. Agora, vá preparado, é uma obra que vai capturar sua atenção e vai pedir bastante tempo. Mas é Scorsese e a gente sabe que ele goooosta de filme longo.

O diretor dispensa apresentações. Com mais de 69 filmes como diretor, entre eles “Bons companheiros” e “Gangues de Nova York”, tem também uma boa coleção de prêmios incluindo um Oscar pelo filme “Os Infiltrados” de 2007. Sua condução aqui foi primorosa tanto na condução dos atores quanto na forma como as cenas são mostradas. Apesar do filme ser grande o ritmo não se ralenta. São cenas grandes e ricas de conteúdo. Os contrastes entre os personagens são muito bem explorados e nas sutilezas valorizam muito a história contada. Ainda que seja um filme que tem cheiro de Oscar, não se perde no conceitual e abstrato de emoções. O filme mostra e gera emoções reais.

“Assassinos da Lua das Flores”, Paramount Pictures, 2023

A história do filme tem as assinaturas de Eric Roth (“O curioso caso de Benjamin Button” de 2008 e “Nasce uma Estrela” de 2018) e David Grann (Autor da Obra que inspira o filme), além do próprio Martin Scorsese. E que história! Esse filme olha para o passado americano abrindo mão de uma boa dose de romantismo e encarando as feridas de sua construção. A forma como é apresentado o contexto histórico e o drama dos personagens apresentam um cinismo fluído, uma manipulação brutal e uma maldade disfarçada de boas intenções que constrange.

O elenco está primoroso e não estamos falando de atuações quaisquer. Os coadjuvantes e elenco de apoio não deixam a desejar em nada mostrando uma atuação precisa e cativante. Inclusive os que cativam seu ranço. Já a trinca principal fazem um trabalho impressionante. Lily Gladstone como Molly Burkhart entrega uma atuação minuciosa, detalhista, com uma força expressiva destacável em olhares e movimentos mínimos. E entrega uma explosão de emoções precisa e potente nos picos dramáticos na história da sua personagem. Robert De Niro como William Hale, ou King, apresenta uma bondade cínica construída com tamanha qualidade que realmente não percebemos suas intenções, assim como os personagens também não. King é benevolente, dissimulado, interesseiro e apesar de palavras torpes as mãos estão limpas. E por fim Leonardo DiCaprio como Ernest Burkhart, está indiscutivelmente maravilhoso. A atuação do DiCaprio está rica, complexa, profunda e viva. Desde uma certa dose de inocência até a profundidade da angústia é trabalhada em um espectro de emoções muito bem trabalhadas. Definitivamente posso fazer coro com os que afirmam ser esse a melhor atuação de Leonardo DiCaprio.

“Assassinos da Lua das Flores”, Paramount Pictures, 2023

O filme conta a história do povo Osage que começa a ver suas tradições ameaçadas pela chegada do homem brando, mas isso toma proporções muito maiores quando se descobre petróleo nas suas terras. Eles se tornaram o povo mais próspero da região tendo os homens brancos como seus funcionários. Mas sabemos como os homens brancos podem ser ambiciosos, e logo eles acham um jeito limpo e tranquilo de enriquecer e tomar as terras dos Indígenas: Casamento é um bom negócio. Mas não basta casar para herdar… e uma série de crimes vem acontecendo sem ser investigado. E essa não investigação tem uma intenção. Mas chega ao conhecimento do presidente que manda uma equipe de investigadores pra descobrir melhor. E uma fofoca aqui: essa equipe de investigadores, vai dar origem no futuro ao que conhecemos como FBI.

E fica a dica para quem quer ler o livro que inspirou o filme, tem o link aí embaixo pra compra direto na Amazon.

A nota para esse filme é sem dúvida 5 de 5. 

Avaliação: 5 de 5.

O filme estreia dia 19 de Outubro nos cinemas.

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Mickey 17 – Crítica

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Mickey 17 é o filme mais recente de Bong Joon Ho (Parasita 2019) que desta vez nos traz uma ficção científica onde a clonagem (ou seria replicação?) de seres humanos existe. Nesse universo Robert Pattinson é Mickey Barnes, um dispensável – um funcionário descartável – em uma expedição para o mundo gelado de Nilfheim.

Mickey é recriado após cada missão extremamente perigosa que normalmente acaba em sua morte. O filme segue a décima sétima versão de Mickey que também é o narrador de como ele foi parar nessa roubada. E conta como as 16 vidas passadas foram muito úteis para a sobrevivência do restante da tripulação e passageiros da nave. Tudo ocorre muito bem até que, ao chegar de uma missão Mickey 17 se deita em sua cama e Mickey 18 levanta ao seu lado.

No elenco temos Steven Yeun (Invencível) como Timo, o melhor amigo de Mickey. Naomi Ackie (Pisque duas Vezes) como sua namorada Nasha e Mark Ruffalo (Vingadores) como Kenneth Marshal o capitão da nave.

O roteiro do filme foi adaptado do romance Mickey7 de Edward Ashton e foi anunciado antes mesmo da publicação da obra. Ele é cheio de críticas sociais, algo muito comum nos trabalhos de Bong Joon Ho, que usa a nave, sua tripulação e seus passageiros como um recorte da sociedade. Com um seleto grupo cheio de regalias enquanto a massa tem que contar minunciosamente as calorias ingeridas, pessoas com trabalhos simples e outras literalmente morrendo de trabalhar em escala 7×0.

Robert Pattinson quase carrega o filme nas costas, mas Mark Ruffalo também dá um show de interpretação junto de Toni Collette. Infelizmente Steven Yeun não se destaca muito e fica dentro da sua zona de conforto, mas não sabemos se o papel foi escrito especificamente pra ele. O elenco entrega muito bem as cenas cômicas e também as dramáticas, o que não te faz sentir as mais de duas horas de filme passarem.

Mickey 17 é um filme de ficção com um pé bem plantado na realidade que te diverte do início ao fim.

Avaliação: 4.5 de 5.
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