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Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindewald – Review por Maria Eduarda Senna

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Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald, nos trazem novamente para o universo mágico criado pela britânica J.K. Rowling, a escritora mais amada e aclamada da última década, desde 1997.
Com muitas referências importantes da saga Harry Potter que a maioria que é fã já conhece, Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald impacta o público.

O filme é visualmente muito bonito e extremamente bem dirigido, com planos absurdamente lindos que ficam mais incríveis assistindo na maior tela de cinema e em 3D. Por diversas vezes eu pulei da cadeira e quase aplaudi o David Yates pela direção.

O filme já começa com uma sequência de cenas densas cheias de tensão, o que é meio  incomum para inícios de filmes. Nos últimos 2 anos, por exemplo, só vi um começo que me prendesse em 5 min de filme, em “Um Lugar Silencioso”, esses primeiros 5 min são muito importantes pra prender a audiência e normalmente acontecendo antes de aparecer o nome do filme na tela. Logo depois temos um jogo de câmera que me tirou o fôlego.

Estou aqui tentando analisar de uma forma que eu não solte nenhum spoiler (e olha que eu como fã desde 1998, estou quase explodindo por dentro!!!). São muitas coisas que nos surpreendem em termos de história, relação dos personagens e principalmente no sentido da construção da personalidade das personagens que já conhecemos, como o próprio Dumbledore.

As atuações estão perfeitas. Não tem como não enaltecer o trabalho magnífico que o Jude Law nos apresenta.  Como já conhecemos o Dumbledore velhinho, com manias e trejeitos da um medinho do ator escolhido não suprir com nossas expectativas… Eu pelo menos tava com o pé super atrás. Mas quando o Jude Law aparece e abre a boca parece que somos carregados para a pedra filosofal e conhecemos Dumbledore novamente. Até a intonação da voz está perfeitamente parecida!! Os gestos, o olhar, a essência do Dumbledore está completamente viva em Jude.

Johnny Depp nos apresenta um Grindewald realmente mau, um homem sem o menor pudor ou escrúpulos, algo bem mais maléfico e doente que o próprio Voldemort (apesar de eu não acompanhar e nem gostar do Johnny Depp hoje em dia por uma questão de sororidade à situação ocorrida). Como crítica e cineasta posso dizer que de fato é um trabalho incrível e que desvincula totalmente ele das personagem que vinha fazendo e traziam sempre a mesma atuação. A relação do Dumbledore com o Grindewald está ainda sendo apresentada a nós como público e esse filme trata justamente disso, como se estivéssemos acompanhando um tempo presente do que já sabemos (pouco) do passado deles e do futuro (Saga Harry Potter).  Quem é fã e acompanha teorias, os contos publicados pela própria J.K no Pottermore, consegue sacar e se empolgar mais do que alguém que não acompanha a saga de uma forma geral, óbvio. Porém, como Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald é uma transição entre o Animais Fantásticos e Onde Habitam e o que estar por vir a trama funciona. Algumas pontas soltas serão ainda explicadas e garanto que serão muito bem feitas, porque né, vamos combinar, a J.K sabe exatamente o que ela está fazendo e como vai nos mostrar isso!

Ezra Miller, segue maravilhosamente no Papel de Credence e de fato o filme acaba girando um pouco em torno dele também, que está ali buscando sua identidade, tentando se encontrar de fato. Aos fãs, sem spoiler, (pois está nos trailers) sabemos que Nagini, interpretada pela lindíssima Claudia Kim (a cobra do Voldemort que é uma horcrux) nos é apresentada e de fato. Vale prestar atenção nela como mulher, Em sua situação e na carga emocional que ela carrega como personagem, mas não esperem de cara que a história dela se explique nesse filme, ali somos preparados para isso e para muita muita coisa que está por vir.

Obviamente, Eddie Redmayne volta a viver o Newt Scamander com uma perfeição absurda que faz você querer ter um potinho mágico pra colocar ele. Newt segue sendo essa personagem leve, de coração puro e nos apresentando a animais cada vez mais fantásticos (porque olha, que efeitos visuais lindos), Newt, claro que junto com o melhor alívio cômico da saga, Jacob (Dan Floger, que está incrível), são muito importante para o desenvolver da confiança entre as personagens e para a história em si. Vemos Jacob mais duro e mais maduro. Temos também Alison Sudol que é a mulher mais linda dessa saga e brilha como Queenie Goldstein, porém de fato, é uma pena que a história desse casal, pelo menos nesse filme, se mostre tão superficial.

A única atuação que eu achei bem arrastada foi a da Zoë Kravitz como Leta Lestrange. Poderia ter sido algo mais impactante, principalmente pela história que nos é apresentada dessa personagem que ainda tem muita coisa pra ser revelada. Fiquei bem triste em como ficou rasa a atuação.

Encerrada as atuações, eu não poderia deixar de lado a trilha sonora INCRÍVEL que é a marca não só de Animais Fantasticos, mas também da saga Harry Potter. O já indicado ao Oscar James Newton Howard retorna como compositor de Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindewald, criando composições lindíssimas como tema de cada personagem mas também trazendo de volta uma junção de trilhas com um quê daquela que faz o coração de qualquer fã disparar nas primeiras notas, aquela música que conhecemos da nossa infância e que arrepia até o último fio de cabelo de um verdadeiro fã, criada por John Williams (o gênio supremo). O tema de Harry Potter. Todas as vezes que vemos nossa querida Hogwarts na tela do cinema, automaticamente acionamos nosso botão nostalgia e nos arrepiamos, voltando a escutar “Hedwig’s Theme”.

É um filme que se perde um pouco em ritmo de história, mas que não deixa a desejar, muito menos pra quem é realmente fã. Claro que não é o melhor filme do mundo, mas para mim, tirando algumas coisas arrastadas em questão de roteiro (e não de história) eu amei.
Ele me entrega o que eu queria ver como fã e como cineasta e diretora, me dá uma aula visual que me dá a empolgação necessária pra querer trabalhar loucamente (já aguardem que vem um documentário sobre o universo criado pela J.K Rowling por aí).

NOTA: 4,5

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Ainda Estou Aqui – Crítica

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ainda estou aqui

Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.

Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.

Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.

Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.

Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.

O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.

Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.

Nota 5 de 5

Avaliação: 5 de 5.
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