Reviews e Análises
Abracadabra 2 – Crítica

Vinte e nove anos separam o Abracadabra original dessa sequência, e talvez esse seja um grande triunfo para o novo filme que a Disney+ adiciona hoje ao seu catálogo de streaming. O longo tempo fez bem para o desenvolvimento do roteiro de Abracadabra 2, como fez bem também para a renovação do público.
O filme original não é lá essas coisas todas e envelheceu meio mal. Já a sequência, começa muito bem mostrando como as irmãs Sanderson conseguiram seus poderes e o livro fonte de seus feitiços. Abracadabra 2 dá um salto no tempo e nos apresenta os novos personagens que vão dar seguimento à franquia. Franquia? Sim, ou você achava que a Disney ia querer parar só por aqui? É óbvio que o filme tem gancho para uma sequência, bem como uma cena pós-créditos.
Becca (Whitney Park) é uma adolescente que mora em Salem, a cidade em que as irmãs Sanderson atormentaram 29 anos atrás. Ela tem interesse em bruxaria e ganha de aniversário uma vela enfeitiçada/amaldiçoada do dono da loja de produtos bruxos da cidade. Óbvio que tudo fazia parte do plano do dono da loja para trazer as irmãs Sanderson de volta. E elas voltam em grande estilo.
Bette Midler, Sarah Jessica Parker e Kathy Najimy retornam aos papéis de Winifred, Sarah e Mary, respectivamente. A química de comédia entre as três continua muito boa, principalmente com a ajuda das boas piadas do roteiro. Os números musicais não poderiam ficar de fora e a releitura de clássicos fazem sentido na história. História que segue sem muitas novidades e reviravoltas. Mas diverte bastante. O filme também reserva várias surpresas e participações especiais que eu não vou estragar aqui, mas os fãs do original vão gostar.
Um filme bom para curtir com a família, no conforto do lar. Faz o pipocão, pega um copão de refri e divirta-se!
Reviews e Análises
Lispectorante – Crítica

Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.
Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.
Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.
A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!
Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.
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