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A Primeira Morte de Joana – Crítica

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A perda da inocência é realmente um momento complicado e é uma transição que pode ser muito difícil. E é difícil perceber que todas as mulheres a sua volta são mergulhada em segredos que marcam suas vidas. E é nesse clima que esta produção chega de manso com uma guria legal até demais pra seu grupinho. E o filme também prova que adolescente é fase teeensa.

Joana e Carolina, “A primeira morte de Joana”, Lança Filmes, 2021

O filme tem a direção de Cristiane Oliveira, que tem um trabalho já consolidado como assistente de direção e tem trabalhado em suas próprias direções. Aqui a direção sofre um pouco na condução do ritmo das cenas, apesar de fazer boas escolhas de fotografia, a condução do som não desagrada ao ouvir, mas peca na mixagem. As escolhas execução de câmera foram boas e bem executadas. Mas sabe quando você sente que é muito mais filme pra festival do que pra ganhar o público? Mas fez o dever de casa direitinho. O filme não é ruim de direção.

O roteiro tem as assinaturas de Gustavo Galvão (“Uma dose violenta de qualquer coisa” de 2013), Silvia Lourenço (“Insubordinados” de 2014) e da diretora Cristiane Oliveira. O roteiro tem uma boa premissa, é fofo, traz um misto de quebra da pureza com as dores da vida de uma mulher em uma sociedade que a silencia, tem um subtexto importante e o conceito bem legal. Mas infelizmente ele peca em uma coisa: ele não se preocupa em ser interessante para o grande público e prender o público. Mais uma vez: fez o dever de casa bonitinho. É bem construído tecnicamente. Mas parece que visa atender a festivais. 

“A primeira morte de Joana”, Lança Filmes, 2021

No elenco não há ninguém de destaque no cinema nacional, o que apresenta uma oportunidade maravilhosa de apresentar novos rostos e talentos. Traz duas jovens talentos na trama principal: Letícia Kacperski como Joana e Isabela Bressani como Carolina. As duas fazer um bom trabalho, mas fica bem claro seu trabalho como iniciante. Mesmo no elenco mais experiente, a atuação tem traços de pouca intimidade com as câmeras. Não é ruim, mas também não desperta no grande público o interesse de ir ver. O que é uma pena.

O filme é sobre Joana, que aos 13 anos perde uma tia, e começa ter questionamentos sobre os segredos das mulheres a sua volta. Paralelo a isso ela começa a descobrir a sexualidade e possivelmente não siga um caminho tradicional. Novas visões da religião, questões sobre o prazer, conflitos sobre relacionamentos na escola, como as mulheres da sua família lidam com o amor e os relacionamentos e muito mais trazem conflitos para essa adolescete. Crescer realmente dói, mas é uma fase que todos precisam passar.

Essa crítica da 1,5 de 5 para esse filme. 

Avaliação: 1.5 de 5.

O filme estreia dia 04 de maio nos cinemas.

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Ainda Estou Aqui – Crítica

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ainda estou aqui

Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.

Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.

Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.

Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.

Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.

O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.

Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.

Nota 5 de 5

Avaliação: 5 de 5.
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