Reviews e Análises
A Freira 2 – Crítica
Lá vai o corvo… e volta o corvo… e nesse vai e vem do corvo temos as cenas assustadoras de “A Freira 2”. Um filme que tem uma boa história construída e continua muito bem a história. Posso dizer inclusive, bem melhor do que o primeiro. Contar uma história cheia de elementos reais torna esse filme assustadoramente possível. Melhor nem pensar. Mas pra assistir vale acompanhar esse encosto pesado na vida da irmã Irene.
O filme está muito bem dirigido e bem montado. Michael Chaves (“A maldição da chorona” de 2019 e “Invocação do mal 3: a ordem do demônio” de 2021) fez um bom trabalho na direção e o filme traz uma estética realmente assustadora, agora abusou dos jump scares. O começo do filme é um pouco lento, mas pega ritmo e a história vale a pena. Sobre maquiagem e efeitos, o filme não deixa a desejar para os outros filmes do universo.
O roteiro está realmente impecável. A escrita de Ian Goldberg, Richard Naing e Akela Cooper vão desde a premissa até as falas com tudo embasado, explicado e amarradinho. Toda a história tem uma dramaticidade boa, mas não é boa em guardar segredos. Ao longo não é difícil ir fazendo algumas conexões do filme.
O elenco sustenta demais. A entrega no trabalho dos atores vai até as crianças. A belíssima Taissa Farmiga no papel da Irmã Irene está impecável novamente assim como o Jonas Bloquet como Maurice. Agora conhecemos Storm Reid como Debra, Anna Popplewel como Kate e Ketelyn Rose Downey como Sophie. Demonstram uma força em cena impecável. E o que dizer de Bonnie Aarons como Valak, a freira. Ela tá impressionante. Um elenco entrosado e bem trabalhado, apresentando um ótimo resultado em cena.
O filme conta a história por trás da Freira e também da Irmã Irene. Uma série de assassinatos de clérigos tem acontecido e com a indicação de ser o retorno da Freira, a Irmã Irene é designada para resolver isso. Descobre-se que Valak está em busca de algo específico e inclusive que ela foi bem ardilosa na forma que usou para escapar da eliminação no final do primeiro. É preciso uma relíquia sagrada pra eliminar esse demônio. Como fazer? O que ela está buscando? E como ela conseguiu sobreviver até agora? Mas principalmente: Como é que mata essa mizera???? Tudo isso você vai ter que assistir e depois nos conte o que achou.
Essa crítica dá uma nota 4 de 5 para esse filme.
A Freira 2 estreia dia 07 de setembro nos cinemas.
Reviews e Análises
Ainda Estou Aqui – Crítica
Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.
Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.
Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.
Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.
Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.
O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.
Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.
Nota 5 de 5
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