Reviews e Análises
A Fera – Critica

Estamos diante de “um dia de fúria” do mundo animal. É claro que algumas coisas testam nossa paciência. Existe na concepção desse filme uma premissa maravilhosa sobre lutar por sua família e lutar pelos seus, mas infelizmente a execução bagunça tudo. E quando parece que não pode mais, o filme te surpreende trazendo mais uma camada decepcionante. É uma verdadeira Matrioska de más escolhas. Um suspense de arrepiar.

E vindo do diretor Baltasar Kormákur, que trabalhou tb em “Contrabando” (2012), “Dose Dupla” (2013) e “Evereste” (2015), aqui ele tenta uma construção difícil. Já o roteiro de Ryan Engle, que trabalhou em “Sem Escala” (2014) e “Rampage” (2018) e Jaime Primak Sullivan, que trabalhou em “A Invasão” (2018) foram de mexer com os ânimos. Difícil, viu.
No elenco nós temos Idris Elba, Sharlto Coplay, Iyana Halley e Leah Jeffries no núcleo principal. Bom, um trabalho que atende, não chega a ser um trabalho do Cigano Igor, mas também não traz surpresas. Vou nem falar muito, mas poderia ir além.

Mas e sobre o que fala o filme? Uma família (que precisa de terapia), aqui representada pelo pai e duas filhas, faz uma viagem para a África, a princípio para passeio e rever um amigo de longa data. Vão para um passeio em uma área de preservação fechada para visitação e as coisas começam a dar errado. Um Leão sobrevivente de uma chacina em seu bando resolve bancar o “Jhohn Wick” numa versão “Mad Max” em “Um dia de fúria” no cenário de “Os deuses devem estar loucos 2”. (Acho que inclusive, se tivesse como, o leão também precisava de terapia.) Bom, nesse cenário tem Idris Elba de coração ferido, que luta com um leão brrrraaabo, pra mostra que ele é mais brabo que o brabo. Tem adolescente querendo ter DR na hora errada, tem África mas nem tanto, tem causa social mas nem tanto, tem crítica sobre a caça predatória mas nem tanto e tem Idris Elba fazendo cenas incríveis de ação…
O filme estreia dia 11 de Agosto, nos cinemas.
Essa crítica oferece bondosamente uma nota 2. Acho que em simpatia pelo leão.
Reviews e Análises
Lispectorante – Crítica

Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.
Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.
Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.
A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!
Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.
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