Reviews e Análises
A Casa do Medo – Incidente em Ghostland – Review por Maria Eduarda Senna
“Pauline (Mylene Farmer) herda uma casa de sua tia e decide morar lá com suas duas filhas, Beth (Emilia Jones) e Vera (Taylor Hickson). Mas, logo na primeira noite, o lugar é atacado por violentos invasores e Pauline faz de tudo para proteger as crianças. Dezesseis anos depois, as meninas, agora já crescidas, voltam para a casa e se deparam com coisas estranhas.” Bom, essa é a sinopse do filme, porém o roteiro bem trabalhado nos reserva varias surpresas e plot twist.
De fato não tinha assistido nem lido nada sobre o filme até assisti-lo na cabine de imprensa, cheguei achando que iria ver mais um terror que se perderia em histórias de espíritos e entidades malignas que são exorcizadas no final e até “apanham” da personagem principal (como vimos em “A Freira). Aí que o filme surpreende, nos trazendo a algo muito mais concreto e real, lidando com a violência de uma forma explícita, e brutal. E claro como um bom terror clássico, tem os seus Jump Scares, mas tudo de uma forma bem trabalhada, principalmente em relação ao sentimento agonia e gerar um suspense, antecedendo os Jump Sacare.
O roteirista e diretor Pascal Laugier, trabalha muito bem o roteiro e a direção criando um terror psicológico em cima da protagonista.
Crystal Reed vive a versão mais velha de Beth, e o trabalho feito com a atriz para que ela consiga expressar essa sensação de pânico e de sentir de fato o que a personagem está vivendo e sentindo também é algo surpreendente que o diretor/roteirista Pascal Laugier consegue tirar de seus atores, como vimos em “Mártires”, mas claro o mérito também é da Crystal que está fantástica e se permite a viver uma personagem tão intensa, aliás todos os atores estão sensacionais, até por ser um filme pesado e denso, cheio brutalidade e violência.
As jovens Emilia Jones e Taylor Hickson que vivem as irmãs na fase adolescente estão mais que de parabéns pelo brilhante trabalho de atuação.
Apesar do roteiro ser bem simples, e ser bem trabalhado em deslavai a história, ele também peca na minha opinião em não desenvolver melhor ou nos explicar mais sobre os vilões os bandidos, e as fantasias que eles têm. Apesar disso o suspense funciona e no final você entende o que o roteiro e a história propõe, ele te entrega algo que você entende, porém fica extremamente agoniado(a).
A fotografia é algo a se admirar e casa super bem com a cenografia e objetos de cena, a paleta de cores e os figurinos, nos fazem ter uma experiência a parte.
Como eu disse o filme e de fato um terror que explora uma situação real, possível a qualquer um, não que espíritos e demônios não possam acontecer, mas até mesmo em nosso país hoje, vivemos rodeados de violência e o filme mostra justamente isso. A violência real em uma situação possível.
NOTA: 4,5
Reviews e Análises
Lispectorante – Crítica

Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.
Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.
Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.
A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!
Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.
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