Reviews e Análises
A Baleia – Crítica
Não vou fazer trocadilhos mais do que o próprio autor e diretor fizeram. E não estou dizendo que foi em tom de piada, até porque rir desse filme requer um nível pessoal de crueldade absurda. Impressiona e mexe com o emocional de uma forma impressionante. Não é um filme para fracos.
O filme é dirigido por Darren Aronofsky, que não um diretor qualquer. Pra você ter uma noção é o mesmo diretor de “Mãe!” de 2017 e “Cisne Negro” de 2010. Pois é. E aqui o Darren não decepciona. Com uma condução de dramaticidade o filme te apresenta um ritmo, um clima, um som, uma atmosfera e uma emoção que pesa em nós, espectadores. O trabalho de direção se mostra minuciosa e bem executada. Como diz o meme: “Perfeito e sem defeito.
Já no roteiro temos as ideias de Samuel D. Hunter, que não tem trabalhos de grande destaque, mas que traz um roteiro complexo, difícil, mas de fácil entendimento. A premissa é tão simples quanto profunda e pega o espectador de um jeito que desarma. A trama é bem linear, sem grandes ziguezagues nas suas contextualizações. A narrativa e a fala dos personagens, trazem uma carga emocional muito forte e adiciona um peso ao roteiro do filme que acompanha a proposta. Excelente.
De elenco eu fiquei espantado com o trabalho maravilhoso de Brendan Fraser (“A múmia” de 1999 e “Coração de tinta: o livro mágico” de 2008) como Charlie. Que atuação phoda! Me surpreendeu muito. Seguindo o elenco temos Hong Chau (“Intimidade forçada” de 2008 e “American woman” de 2019) como Liz, uma amiga e cuidadora de Charlie. Também temos Sadie Sink (A Max de “Stranger Things”) como filha de charlie; Ty Simpkins (“Jurassic Word: O mundo dos dinossauros” de 2015 e “Vingadores: Ultimato” de 2019) como Thomas, um missionário religioso que aparece na vida de Charlie; e Samantha Morton (“Cosmópolis” de 2012 e “Animais fantásticos e onde habitam” de 2016) como Mary, ex-mulher de Charlie.
O que é essa paulada em forma de filme? Um professor de inglês que possui um problema sério de obesidade severa acaba se tornando recluso. E apesar de uma vida muito positiva da vida, a sua saúde já não está mais tão positiva assim e cuidados precisam ser tomados. Questões amorosas, familiares, de auto imagem e até mesmo de fé, colocam Charlie numa posição de não se importar muito mais com o tempo, mesmo compartilhando alegria e tentando ser leve na vida de quem está ao redor. E ele tem a chance de corrigir uma coisa, que pra ele é extremamente importante, mas isso você vai ter que assistir.
Ahh… O título do filme não é pelo peso do rapaz, mas referente a redação sobre um livro. Mas fala sobre tanta coisa.
É filme de Oscar, então você já sabe. Mas dessa vez a crítica acompanha a nota: É 5 de 5.
O filme estreia dia 09 de Fevereiro nos cinemas.
Reviews e Análises
Ainda Estou Aqui – Crítica
Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.
Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.
Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.
Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.
Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.
O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.
Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.
Nota 5 de 5
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