Reviews e Análises
Digimon Adventure 02: O Início – Crítica

Confesso que quando me inscrevi para acompanhar a cabine de “Digimon Adventure 02: O Início” me senti um pouco retornando ao passado. Me lembrava de um anime que passava nas manhãs da Rede Globo. Eu já era adolescente então não me ligava muito mais naquilo, tinha aquela impressão de que era bobo e nada mais do que uma cópia barata de Pokémon.

E acho que ainda hoje essa pode ser a impressão de muita gente que não dedica tempo ao anime.
E qual não foi a minha surpresa ao me deparar com personagens bem diferentes daquele desenho animado que vi algumas vezes no final dos anos 90. Aqui, vários deles estão crescidos, alguns até com Digimons diferentes do que os que eu me lembrava. E como a história segue acontecimentos anteriores que eu não acompanhei, é óbvio que fiquei meio perdido no começo.
Apesar disso, o filme me surpreendeu bastante, trazendo um tema bem obscuro envolvendo depressão, violência doméstica e parental, traumas de infância, entre outros temas bem pesados para um anime. Infelizmente o drama toma conta da maior parte do filme e deixa de lado a oportunidade de ter mais cenas de ação, deixando apenas para o seu clímax algo mais agitado.
De qualquer maneira acredito que o filme vai ressoar mesmo é com quem acompanha já há tempos as aventuras de Digimon. Dez anos se passaram desde a aventura no Mundo Digital de Davis, Yolei, Cody, T.K., Kari e Ken. Todos parecem estar mudando em termos de aparência e estilo de vida. De repente, um gigantesco Digiovo aparece no céu sobre a Torre de Tóquio.
A animação está belíssima, com fotografia linda e cores vivas que impressionam. Infelizmente a história não foi impactante o suficiente para me fazer ir atrás de mais conteúdo da série.
Apesar disso, dou uma nota 3 de 5.
Reviews e Análises
Lispectorante – Crítica

Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.
Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.
Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.
A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!
Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.
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