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Reviews e Análises

Digimon Adventure 02: O Início – Crítica

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Confesso que quando me inscrevi para acompanhar a cabine de “Digimon Adventure 02: O Início” me senti um pouco retornando ao passado. Me lembrava de um anime que passava nas manhãs da Rede Globo. Eu já era adolescente então não me ligava muito mais naquilo, tinha aquela impressão de que era bobo e nada mais do que uma cópia barata de Pokémon.

E acho que ainda hoje essa pode ser a impressão de muita gente que não dedica tempo ao anime.

E qual não foi a minha surpresa ao me deparar com personagens bem diferentes daquele desenho animado que vi algumas vezes no final dos anos 90. Aqui, vários deles estão crescidos, alguns até com Digimons diferentes do que os que eu me lembrava. E como a história segue acontecimentos anteriores que eu não acompanhei, é óbvio que fiquei meio perdido no começo.

Apesar disso, o filme me surpreendeu bastante, trazendo um tema bem obscuro envolvendo depressão, violência doméstica e parental, traumas de infância, entre outros temas bem pesados para um anime. Infelizmente o drama toma conta da maior parte do filme e deixa de lado a oportunidade de ter mais cenas de ação, deixando apenas para o seu clímax algo mais agitado.

De qualquer maneira acredito que o filme vai ressoar mesmo é com quem acompanha já há tempos as aventuras de Digimon. Dez anos se passaram desde a aventura no Mundo Digital de Davis, Yolei, Cody, T.K., Kari e Ken. Todos parecem estar mudando em termos de aparência e estilo de vida. De repente, um gigantesco Digiovo aparece no céu sobre a Torre de Tóquio.

A animação está belíssima, com fotografia linda e cores vivas que impressionam. Infelizmente a história não foi impactante o suficiente para me fazer ir atrás de mais conteúdo da série.

Apesar disso, dou uma nota 3 de 5.

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A Hora da Estrela – Crítica

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Quando se é aficionado por livros é comum alguma mania: ler a última página, tentar não “quebrar” a lombada de calhamaços enquanto se lê ou usar qualquer coisa que estiver a mão como marcador de páginas. Eu coleciono primeiros parágrafos: escrevo em pequenos cadernos que guardo na estante junto com os volumes que lhes deram origem. Claro que existem os favoritos como o de Orgulho e Preconceito (“É uma verdade universalmente conhecida que um homem solteiro, possuidor de uma boa fortuna, deve estar necessitado de uma esposa.”) e Anna Karenina (“Todas as famílias felizes são iguais, mas cada família infeliz é infeliz à sua maneira.”), mas nenhum fala tanto ao meu coração quanto o de “A Hora da Estrela”:

Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. Mas antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o quê, mas sei que o universo jamais começou.

Agora, se você nunca leu “A Hora da Estrela”, pode dar uma chance a obra da autora ucrano-brasileira Clarice Lispector assistindo a adaptação realizada em 1985 pela cineasta Suzana Amaral, que voltou aos cinemas no último 16 de maio em cópias restauradas digitalmente em 4K.

O longa conta a história da datilógrafa Macabéa (vivida magistralmente por Marcélia Cartaxo, ganhadora do Urso de Prata de melhor atuação em Berlim) uma migrante vai do Nordeste para São Paulo tentar a vida. Órfã, a personagem parece pedir perdão o tempo todo por estar viva, quase se desculpando por ter sobrevivido a sina dos pais. Macabéa é invisível, invisibilizada e desencaixada do mundo.

A interação com as outras personagens acentua o caráter de estranheza que Macabéa sente de sua realidade (“O que você acha dessa Macabéa, hein?” “Eu acho ela meio esquisita”) onde a proximidade física reservada a ela é oferecida apenas pelas viagens de metrô aos domingos.

As coisas parecem mudar quando ao mentir ao chefe – copiando sua colega de trabalho Glória – dizendo que no dia seguinte irá tirar um dente para, na verdade, tirar um dia de folga. Passeia pela cidade e encontra Olímpico (José Dumont) a quem passa a ver com frequência. Infelizmente, mesmo ele, não entende a inocência e esse desencaixe de Macabéa, deixando-a.

“A Hora da Estrela” de Suzana Amaral traz a estética da fome tão cara ao Cinema Novo de Glauber Rocha não apenas na falta, ressaltada em oposição as personagens que orbitam a curta vida de Macabéa, mas no desalento, no desamparo e, principalmente, no abandono que, quando negado em certa altura pela mentira esperançosa da cartomante charlatã (vivida por Fernanda Montenegro), culmina na estúpida tragédia que ocorre com a protagonista.

Se no começo de tudo, como disse Clarice, sempre houve o nunca e o sim, para Macabéa e os seus “sim senhor” o universo reservou apenas o grande não que Suzana Amaral captou como ninguém.

Nota 5 de 5

Avaliação: 5 de 5.
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Burburinho

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