Reviews e Análises
Digimon Adventure 02: O Início – Crítica
Confesso que quando me inscrevi para acompanhar a cabine de “Digimon Adventure 02: O Início” me senti um pouco retornando ao passado. Me lembrava de um anime que passava nas manhãs da Rede Globo. Eu já era adolescente então não me ligava muito mais naquilo, tinha aquela impressão de que era bobo e nada mais do que uma cópia barata de Pokémon.
E acho que ainda hoje essa pode ser a impressão de muita gente que não dedica tempo ao anime.
E qual não foi a minha surpresa ao me deparar com personagens bem diferentes daquele desenho animado que vi algumas vezes no final dos anos 90. Aqui, vários deles estão crescidos, alguns até com Digimons diferentes do que os que eu me lembrava. E como a história segue acontecimentos anteriores que eu não acompanhei, é óbvio que fiquei meio perdido no começo.
Apesar disso, o filme me surpreendeu bastante, trazendo um tema bem obscuro envolvendo depressão, violência doméstica e parental, traumas de infância, entre outros temas bem pesados para um anime. Infelizmente o drama toma conta da maior parte do filme e deixa de lado a oportunidade de ter mais cenas de ação, deixando apenas para o seu clímax algo mais agitado.
De qualquer maneira acredito que o filme vai ressoar mesmo é com quem acompanha já há tempos as aventuras de Digimon. Dez anos se passaram desde a aventura no Mundo Digital de Davis, Yolei, Cody, T.K., Kari e Ken. Todos parecem estar mudando em termos de aparência e estilo de vida. De repente, um gigantesco Digiovo aparece no céu sobre a Torre de Tóquio.
A animação está belíssima, com fotografia linda e cores vivas que impressionam. Infelizmente a história não foi impactante o suficiente para me fazer ir atrás de mais conteúdo da série.
Apesar disso, dou uma nota 3 de 5.
Reviews e Análises
Ainda Estou Aqui – Crítica
Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.
Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.
Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.
Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.
Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.
O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.
Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.
Nota 5 de 5
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