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Reviews e Análises

A Chamada – Crítica

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Temperatura máxima vai ganhar mais um filme. Liam Neeson fazendo um filme bem característico e que sustenta muito bem. Ação, tensão e drama que tomam o espectador como um sequestro relâmpago. E o filme entrega tudo muito bem, exceto o final. Nesse ponto foi anticlímax. Isso me entristeceu bastante porque o filme estava realmente muito bom.

Matt Turner, “A chamada”, Paris Filmes, 2023

O filme tem a direção de Nimród Antal, mesmo de “Assalto ao carro blindado” de 2009 e “Predadores” de 2010. O trabalho de escolha de posicionamento de câmeras estão muito bons mesmo, ainda mais que o filme se passa basicamente todo dentro de um carro rodando a cidade. A condução dos atores também está impressionante, os efeitos muito bem executados, o som impecável e o ritmo de tudo isso angustiante. Agora o final foi muito fraco. Aqui o diretor parece que deixou na mão do estagiário.

O roteiro tem a assinatura de Alberto Marini (“Enquanto você dorme” de 2011 e “Ligação explosiva” de 2021) e Christopher Salmanpour. O roteiro é bom, realmente direto e bem organizado, consegue segurar um bom mistério, apresenta muito bem as personagens e as motivações. Duas questões apenas me deixaram em dúvida: algumas coisas que ele apresenta no começo e que não são usadas no decorrer do filme e que poderiam ter feito diferença, e um final mal resolvido. Não é que não tem um final por desejo do roteiro ou direção, é mal resolvido mesmo. Aí é mals.

A atuação do filme é muito interessante. Temos Liam Neeson como Matt Turner, preciso nem dizer como o cara segura bem. Temos também Matthew Modine, Noma Dumezweni, Embeth Davidtz, Jack Champion e Lilly Aspell. Um elenco redondinho e muito competente e percebe-se que bem dirigido também. Então dá gosto de vê-los em cena.

“A chamada”, Paris Filmes, 2023

O filme conta a história de Matt Turner, um empresário e investidor aplicado e competente, sócio de uma empresa de destaque na área de investimentos. Agora como marido e pai a coisa já é diferente e isso tá gerando problemas em casa. Estão acontecendo atentados à bomba em carros de alguns empresários da cidade, e nesse dia, Matt tem a missão de levar os filhos na escola para que a esposa atenda a um compromisso. Ao sair de casa, seu carro apresenta alguns problemas de sistema, mas nada que falhe o veículo. Qual não é sua surpresa quando ele recebe uma ligação de um telefone deixado no veículo que diz que tem uma bomba em seu carro e está acionado com sensores de peso sob os bancos. E caso ele tente abandonar o carro todos morrerão. Para evitar esse desastre ele terá que cumprir algumas tarefas. Quem está fazendo isso e por quê? Isso eu não vou dizer e você terá que ir ao cinema para descobrir. 

Essa crítica dá nota 4 de 5 tranquilo. 

O filme estreia dia 23 de agosto nos cinemas.

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A Hora da Estrela – Crítica

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Quando se é aficionado por livros é comum alguma mania: ler a última página, tentar não “quebrar” a lombada de calhamaços enquanto se lê ou usar qualquer coisa que estiver a mão como marcador de páginas. Eu coleciono primeiros parágrafos: escrevo em pequenos cadernos que guardo na estante junto com os volumes que lhes deram origem. Claro que existem os favoritos como o de Orgulho e Preconceito (“É uma verdade universalmente conhecida que um homem solteiro, possuidor de uma boa fortuna, deve estar necessitado de uma esposa.”) e Anna Karenina (“Todas as famílias felizes são iguais, mas cada família infeliz é infeliz à sua maneira.”), mas nenhum fala tanto ao meu coração quanto o de “A Hora da Estrela”:

Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. Mas antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o quê, mas sei que o universo jamais começou.

Agora, se você nunca leu “A Hora da Estrela”, pode dar uma chance a obra da autora ucrano-brasileira Clarice Lispector assistindo a adaptação realizada em 1985 pela cineasta Suzana Amaral, que voltou aos cinemas no último 16 de maio em cópias restauradas digitalmente em 4K.

O longa conta a história da datilógrafa Macabéa (vivida magistralmente por Marcélia Cartaxo, ganhadora do Urso de Prata de melhor atuação em Berlim) uma migrante vai do Nordeste para São Paulo tentar a vida. Órfã, a personagem parece pedir perdão o tempo todo por estar viva, quase se desculpando por ter sobrevivido a sina dos pais. Macabéa é invisível, invisibilizada e desencaixada do mundo.

A interação com as outras personagens acentua o caráter de estranheza que Macabéa sente de sua realidade (“O que você acha dessa Macabéa, hein?” “Eu acho ela meio esquisita”) onde a proximidade física reservada a ela é oferecida apenas pelas viagens de metrô aos domingos.

As coisas parecem mudar quando ao mentir ao chefe – copiando sua colega de trabalho Glória – dizendo que no dia seguinte irá tirar um dente para, na verdade, tirar um dia de folga. Passeia pela cidade e encontra Olímpico (José Dumont) a quem passa a ver com frequência. Infelizmente, mesmo ele, não entende a inocência e esse desencaixe de Macabéa, deixando-a.

“A Hora da Estrela” de Suzana Amaral traz a estética da fome tão cara ao Cinema Novo de Glauber Rocha não apenas na falta, ressaltada em oposição as personagens que orbitam a curta vida de Macabéa, mas no desalento, no desamparo e, principalmente, no abandono que, quando negado em certa altura pela mentira esperançosa da cartomante charlatã (vivida por Fernanda Montenegro), culmina na estúpida tragédia que ocorre com a protagonista.

Se no começo de tudo, como disse Clarice, sempre houve o nunca e o sim, para Macabéa e os seus “sim senhor” o universo reservou apenas o grande não que Suzana Amaral captou como ninguém.

Nota 5 de 5

Avaliação: 5 de 5.
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