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Reviews e Análises

Gran Turismo: de jogador a corredor – Crítica

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Não vou dizer que o filme não me prometia muito porque realmente era uma possibilidade grande de deixar a desejar, afinal é filme de game. E a gente sabe que se tem placa, tem história. No caso de game nas telas, tem muuuuitas histórias. Mas eu ganhei um boleto astronômico constando apenas um item: Pagar a língua. O filme está maravilhoso. De dar taquicardia. Tem como melhorar? Tem. É baseado em fatos.

Jann Mardenborough, “Gran Turismo: de jogador a corredor”, Sony Pictures, 2023

Vamos falar da direção.  Neil Blomkamp segura esse rojão da direção e coordena muito bem essa equipe mantendo um ritmo absurdo. O cara sabe o que faz. É o mesmo diretor de “Distrito 9” de 2009, “Elysium” de 2013 e “Chappie” de 2015. Os efeitos são incríveis e a condução dos atores de forma maravilhosa. O filme, mergulha na dinâmica das corridas, mas em muitos momentos ativa os efeitos do jogo e mescla isso de forma muito competente. Um problema, ao meu ver, é que em alguns movimentos de câmera no drone dão uma exagerada.

Elaborando o roteiro temos Jason Hall (“Sniper Americano” de 2014), Zack Baylin (“King Richard: Criando campeãs” de 2021) e Alex Tse (“Watchman: o filme” de 2009). Já deu pra notar o naipe do time de roteiristas. E o roteiro além de respeitar muito o jogo e ser também bem competente ao mostrar o universo das corridas consegue construir muito bem toda a jornada dos personagens, o peso dramático, a adrenalina das cenas de corrida e os picos de clímax são de tirar o fôlego.

“Gran Turismo: de jogador a corredor”, Sony Pictures, 2023

Na atuação temos um elenco maravilhoso. Temos David Harbour como Jack Salter, Orlando Bloom como Danny Moore, Archie Madekwe como o piloto Jann Mardenborough, Djimon Hounsou como Steve Mardenborough (Pai de Jann) e mais uma galera muito boa. A atuação está incrível. Não deixando a desejar em nada. O trabalho de atuação não trouxe uma construção muito complexa, mas pediu um ritmo e momentos excelentes de emoção. trabalho rico.

Jack Salter, “Gran Turismo: de jogador a corredor”, Sony Pictures, 2023

O filme inicia contando a história da criação de um jogo de videogame que na verdade era um simulador de corrida mais rico e completo até o momento. Na sequência mostra um jovem prodígio, Jann, e dedicado ao jogo com o sonho de ser piloto, o que não recebia lá muito apoio em casa. Sua sorte está para mudar quando Danny resolve propor pros executivos da Nissan fazer uma escola de pilotos a partir dos jogadores do jogo de video game Gran Turismo. E o mais louco é que o vencedor dessa competição, passado a fase da escola de formação, iria correr real num campeonato de fórmula 4. Daí, meu povo, vocês terão que ir ao cinema curtirem essa obra e dizer o que achou.

Essa crítica da 4,5 de 5 para esse filme com o coração acelerado.

O filme estreia dia 24 de agosto nos cinemas.

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A Hora da Estrela – Crítica

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Quando se é aficionado por livros é comum alguma mania: ler a última página, tentar não “quebrar” a lombada de calhamaços enquanto se lê ou usar qualquer coisa que estiver a mão como marcador de páginas. Eu coleciono primeiros parágrafos: escrevo em pequenos cadernos que guardo na estante junto com os volumes que lhes deram origem. Claro que existem os favoritos como o de Orgulho e Preconceito (“É uma verdade universalmente conhecida que um homem solteiro, possuidor de uma boa fortuna, deve estar necessitado de uma esposa.”) e Anna Karenina (“Todas as famílias felizes são iguais, mas cada família infeliz é infeliz à sua maneira.”), mas nenhum fala tanto ao meu coração quanto o de “A Hora da Estrela”:

Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. Mas antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o quê, mas sei que o universo jamais começou.

Agora, se você nunca leu “A Hora da Estrela”, pode dar uma chance a obra da autora ucrano-brasileira Clarice Lispector assistindo a adaptação realizada em 1985 pela cineasta Suzana Amaral, que voltou aos cinemas no último 16 de maio em cópias restauradas digitalmente em 4K.

O longa conta a história da datilógrafa Macabéa (vivida magistralmente por Marcélia Cartaxo, ganhadora do Urso de Prata de melhor atuação em Berlim) uma migrante vai do Nordeste para São Paulo tentar a vida. Órfã, a personagem parece pedir perdão o tempo todo por estar viva, quase se desculpando por ter sobrevivido a sina dos pais. Macabéa é invisível, invisibilizada e desencaixada do mundo.

A interação com as outras personagens acentua o caráter de estranheza que Macabéa sente de sua realidade (“O que você acha dessa Macabéa, hein?” “Eu acho ela meio esquisita”) onde a proximidade física reservada a ela é oferecida apenas pelas viagens de metrô aos domingos.

As coisas parecem mudar quando ao mentir ao chefe – copiando sua colega de trabalho Glória – dizendo que no dia seguinte irá tirar um dente para, na verdade, tirar um dia de folga. Passeia pela cidade e encontra Olímpico (José Dumont) a quem passa a ver com frequência. Infelizmente, mesmo ele, não entende a inocência e esse desencaixe de Macabéa, deixando-a.

“A Hora da Estrela” de Suzana Amaral traz a estética da fome tão cara ao Cinema Novo de Glauber Rocha não apenas na falta, ressaltada em oposição as personagens que orbitam a curta vida de Macabéa, mas no desalento, no desamparo e, principalmente, no abandono que, quando negado em certa altura pela mentira esperançosa da cartomante charlatã (vivida por Fernanda Montenegro), culmina na estúpida tragédia que ocorre com a protagonista.

Se no começo de tudo, como disse Clarice, sempre houve o nunca e o sim, para Macabéa e os seus “sim senhor” o universo reservou apenas o grande não que Suzana Amaral captou como ninguém.

Nota 5 de 5

Avaliação: 5 de 5.
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