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Ursinho Pooh: Sangue e Mel – Crítica

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Quando eu vi o trailer dessa obra “trash”, eu até me animei. Com o personagem Ursinho Pooh, o doce e gentil urso de pelúcia de Christopher Robin, caindo em domínio público, era inevitável que surgissem diversos filmes sobre esses personagens que encantam crianças há diversas gerações. Mas com essa pegada de filme de horror, é novidade. Pelo menos a ideia era original. Pena que ficou só na ideia, já que a execução é uma bela porcaria.

Ursinho Pooh: Sangue e Mel conta a história dos personagens clássicos da Floresta dos Cem Acres: Pooh, Leitão, Coelho e Ió. Só que aqui eles seriam seres híbridos bizarros de humanos e animais que teriam feito amizade com o garoto Christopher Robin. Ao crescer, ele precisa ir para a faculdade e acaba abandonando Pooh e os outros que, para sobreviver, recorrem ao canibalismo e juram vingança contra a humanidade. Uma premissa que seria até interessante, se não fosse péssima.

O filme é uma trasheira daquelas sem vergonhas, sanguinolenta, claramente de baixo orçamento, com atuações horrorosas, erros de continuidade crassos e efeitos mequetrefes. O grande pulo do gato para o filme trash funcionar é que ele pode ter todos esses elementos, mas ele precisa divertir o espectador. E Ursinho Pooh: Sangue e Mel falha exatamente nisso. Não é nada divertido.

Nem o clima tenso não é alcançado com sucesso e o filme não se enxerga como a trasheira que é, se levando muito a sério, com momentos extremamente dramáticos e até a intensão de aprofundar a história de uma personagem colocando uma trama em que ela era perseguida por um “stalker”. Nada disso serve ou é aproveitado depois na trama. Tudo é perfumaria barata para vermos cenas malfeitas de assassinatos grotescos, mulheres nuas e gente gritando em atuações pífias.

Muito pouco se salva desse filme. Eu odeio reclamar assim, mas esse não vale nem esperar o streaming. Dou 0.5 porque não gosto de dar zero pra nada.

Avaliação: 0.5 de 5.
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Ainda Estou Aqui – Crítica

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ainda estou aqui

Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.

Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.

Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.

Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.

Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.

O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.

Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.

Nota 5 de 5

Avaliação: 5 de 5.
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Burburinho

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