Reviews e Análises
A Cidade dos Abismos – Crítica

Olha. Nem sei o que dizer. Existe uma crítica social importante e tudo mais… Mas sério. Tem coisa que não merece, não merece mesmo sair de certas esferas. Não pela temática, mas pela forma que é produzida. E esse filme é de doeeeer. Se você tem alguns pecados a pagar, assista esse filme e ganhe créditos com o criador. Essa é uma obra experimental artística cinematográfica com muuuuito conceito sonoro e poético.

Essa estrutura experimental tem a direção de Priscyla Bettim e Renato Coelho. Olha estão aí tentando, arriscando e experimentando. Tirando o formato 4×3 da tela que se mantém constante, é um festival de linguagens visuais, efeitos imagéticos e de som, um fim de festa louco que fica ótimo em festivais de cinema de faculdade ou pequenos festivais de cinema alternativo. A direção deixou os atores livres em suas atuações e o resultado foi um trabalho digno do comercial da panificadora Alfa.

O roteiro já tem a assinatura de Priscila Bettim e eu entendi que ela tinha um argumento forte, e talvez até pessoal para motivar a desenvolver esse projeto, mas assim, caceta. O desenvolvimento do texto ficou fraco, as cenas um terror e não teve poesia bonita que salvasse. A discussão da temática é importante, mas quando feita de qualquer forma perde força e valor. Fez currículo, mas difícil, viu.
O elenco tava fraco, sem treinamento e sem cuidado. Nem vou dar nome porque acho até triste. Mas cena narrativa de poesia sem emoção, cena sem expressão, contracenação sem vigor e ritmo,.. enfim. Tava bom não.

Essa história é sobre as tristezas que as pessoas trans passam. Começa com duas meninas indo procurar uma clínica clandestina na noite de véspera de natal. Ao descobir que uma cliente recente dali estava a ponto de morrer, elas saem e param em um bar underground da Cidade de São Paulo. Ali uma delas é assassinada. E a história se desenvolve nessa busca por justiça em uma situação baseada em preconceito e violência de gênero. Com cenas de perseguição e na busca por justiça, as cenas se confundem com a realidade das personagens e as emoções de como gostariam que as coisas acontecessem, inclusive por vias espirituais.
Esta crítica da 0 de 5.
O filme estreia dia 11 de maio.
Reviews e Análises
Lispectorante – Crítica

Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.
Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.
Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.
A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!
Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.
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