Reviews e Análises
John Wick 4 – Baba Yaga – Crítica

John Wick segue uma fórmula, de sucesso, e a entrega de uma forma muito boa. Keanu Reeves está de volta chutando bundas, dando tiro, levando porrada, mancando e mostrando que um bom terno pode salvar sua vida. Creio que a série John Wick trouxe (novamente) à tona o filme de ação criado por dublês, o que é muito bom para a indústria. Filme onde a ação é pela ação, onde qualquer motivo pra ter briga é um bom motivo, e onde o roteiro é repleto de “e eles brigam”.
E é isso que ele entrega: um filmão de ação pra assistir comendo pipoca com refri. Com cenas de luta surreais, onde o ator principal começa a mostrar a idade. Na primeira cena de ação, que é bem longa, podemos ver Keanu errando o movimento em alguns momentos… Mas é o Keanu, em todas as cenas. Até dirigindo o carro, eles tiraram as portas do carro e iluminaram ele bem pra mostrar que é o Keanu ali dirigindo o carrão no meio do caos.
Temos a volta de quase todo o elenco dos filmes anteriores, Laurence Fishburne, Lance Reddick, Ian McShane, Donnie Yen e muitos outros engrandecem o filme que é uma maravilha visual. Com locações maravilhosas, fotografia incrível, muita ação e uma pitada de comédia aqui e ali pra poder respirar.
Nesse filme, John Wick continua na busca de sua liberdade e vai ao limite da organização de assassinos para encontrá-la. Ele viaja ao redor do globo e é perseguido por um novo inimigo (Bill Skarsgard) e uma penca de assassinos que querem o prêmio em sua cabeça. É diversão do início ao fim e vale demais o ingresso e as guloseimas.

Reviews e Análises
Lispectorante – Crítica

Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.
Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.
Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.
A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!
Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.
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