Reviews e Análises
Paris, 13º Distrito – Crítica
Paris, 13º Distrito (Les Olympiades) é um filme francês sobre relações humanas modernas. Sobre como a tecnologia afeta nossas vidas amorosas e amizades e como lidamos com isso hoje em dia. o filme conta a história de Émilie (Lucie Zhang), Camille (Makita Samba) e Nora (Noémie Merlant) e do relacionamento entre os três e como as vidas são entrelaçadas por nossas situações do cotidiano.
O filme traz questões interessantes como o amor e o sexo, as relações humanas, o cancelamento virtual e como ele pode afetar a vida de uma pessoa fora das redes sociais, entre outras questões mais profundas e dramas psicológicos. Tudo isso de uma forma leve, moderna e bem-humorada, sem perder o charme de filme francês.
A fotografia contribui muito para esse charme europeu, pois é toda em preto e branco e extremamente bem realizada. A direção de Jacques Audiard está bem precisa e o roteiro, que também é seu, se em algum momento não empolga demais, pelo menos consegue carregar o nosso interesse pelos desdobramentos até o fim da história.
Paris, 13º Distrito é um filme divertido, interessante, que vai interessar tanto a um público geral que gosta de filmes românticos, quanto quem gosta de um filme mais artístico.
Reviews e Análises
Ainda Estou Aqui – Crítica
Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.
Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.
Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.
Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.
Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.
O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.
Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.
Nota 5 de 5
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