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Sem Tempo Para Morrer – Crítica

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James Bond está de volta. Depois de ser adiado algumas vezes por conta da pandemia, o novo filme do agente secreto 007 chega aos cinemas. Pela última vez ao papel de Bond está Daniel Craig. Sem Tempo Para Morrer (No Time To Die) começa com James aposentado, tendo deixado o Mi6 para viver a vida casado com Madeleine Swann (Léa Seydoux). Mas a paz dura pouco e a Spectre quase o mata em uma atentado. Bond acaba desconfiando do envolvimento de Madeleine no acontecimento e a abandona. Cinco anos depois, Bond recebe um pedido de ajuda de um velho amigo para investigar ações de terroristas e da Spectre, envolvendo uma arma biológica que pode exterminar boa parte da humanidade. Relutante, Bond se reapresenta ao serviço, em uma aventura movimentada, cheia de reviravoltas e com um final surpreendente.

O filme é muito bem dirigido por Cary Joji Fukunaga (Beasts Of No Nation), que usa e abusa da iconografia de Bond, segue a paleta e o tom dos filmes mais recentes desde Casino Royale (2006), ao mesmo tempo em que aproveita todo o esplendor da tela IMAX para fotografar de forma plena. É um dos mais belos filmes do agente secreto e assisti-lo em uma sala de tela grande é obrigatório. Ainda bem que o filme não foi para o streaming. Outra coisa que faz diferença são os efeitos sonoros. Explosões, granadas, tiroteios, freadas dos automóveis e zumbidos são um destaque à parte.

Mas o roteiro de Sem Tempo Para Morrer é o que mais empolga. Os filmes recentes tiveram seus altos e baixos, sendo Casino Royale e Skyfall os pontos altos e Quantum Of Solace e Spectre os pontos fracos. Pois Sem Tempo Para Morrer é o melhor filme dessa leva mais recente. A história consegue amarrar tudo o que aconteceu, sem depender dos filmes anteriores de muleta para que se entenda muita coisa. Além disso, a trama faz um importante flashback que justifica todo o argumento e que não fica parecendo uma desculpa medíocre. O roteiro também traz elementos novos ao universo de Bond que podem significar a bem-vinda renovação da franquia e atualização aos novos tempos que vivemos.

O inimigo da vez é Lyutsifer Safin interpretado de forma displicente por Rami Malek. Mas, diferentemente de muitos filmes de Bond, não é o vilão o que importa aqui. Bond tem uma relevância grande e a urgência em resolver as questões que o roteiro apresenta de forma frenética são muito mais importantes do que o plano do vilão. Como em Casino Royale, o que importa aqui é como Bond lida com a situação e como ele vai controlar o seu emocional para chegar ao final da aventura.

O filme com certeza vai incomodar os fãs xiitas e os nerds velhos que não conseguem tolerar ou evoluir. Mas o resto todo está lá: frases icônicas, traquitanas tecnológicas, carros tunados e mulheres deslumbrantes. Tudo para fechar a participação de Daniel Craig como Bond com maestria. Obviamente, James Bond retornará para um novo reboot da franquia. Talvez adaptado para os novos tempos. Se vai funcionar ou não, só o tempo e o público dirão.

Avaliação: 4.5 de 5.
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Ainda Estou Aqui – Crítica

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ainda estou aqui

Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.

Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.

Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.

Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.

Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.

O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.

Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.

Nota 5 de 5

Avaliação: 5 de 5.
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