Reviews e Análises
Espiral: O Legado de Jogos Mortais – Crítica
O filme começa já com uma execução complexa, bem ao feitio da saga de Jogos Mortais, e lança Ezekiel Banks (Chris Rock) em uma busca pelo assassino. Ele conta com a ajuda do novato William Schenk (Max Minghella), e tem que correr contra o relógio para impedir mais assassinatos.
Dirigido por Darren Lynn Bousman, escrito por Josh Stolberg e Pete Goldfinger, em vários pontos lembra de Seven – Os Sete Crimes Capitais. Principalmente por ser focado nos policiais, mas também pelos presentes que o assassino envia ao detetive. Mas, honrando o subtítulo, os métodos de tortura e assassinato de cada vítima são bem originais e viscerais. Um filme que não se encaixa na prateleira de terror, mas sim no policial e horror.
Um thriller que usa e abusa dos clássicos policiais dos anos 80 e 90, com um roteiro que te faz desconfiar de tudo e de todos e efeitos práticos e visuais de tirar a fome de qualquer um. Foge bastante dos filmes anteriores de Jogos Mortais onde várias pessoas são sequestradas para “participar de um jogo”, mas não perde no quesito entretenimento. Em alguns momentos a urgência do filme parece se perder um pouco, mas pode ser algo planejado para deixar o público respirar. Isso acaba não te deixando na ponta da cadeira torcendo para que as pessoas escapem, mas a sanguinolência das cenas das execuções é bem gráfica.
Reviews e Análises
Ainda Estou Aqui – Crítica
Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.
Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.
Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.
Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.
Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.
O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.
Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.
Nota 5 de 5
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