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Vigaristas em Hollywood – Crítica

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Você já viu essa comédia antes. Pelo menos é o sentimento que se tem ao assistir Vigaristas em Hollywood (The Comeback Trail). A mesma história, contada de forma diferente, já foi usada em pelo menos uns três ou quatro filmes. Desta vez, ela se passa na Hollywood dos anos 70. O produtor de filmes Max Barber (Robert De Niro) está com a corda no pescoço, pois seu último filme, “As freiras assassinas” foi boicotado pela igreja e foi um fracasso. O problema é que ele tinha pegado emprestado 350 mil dólares com um bandido (Morgan Freeman), que agora quer seu dinheiro de volta em 72 horas.

Barber não vê outra saída a não ser vender o roteiro mais valioso em sua posse para um grande produtor. Só que, inspirado por um acidente com um ator famoso, resolve aplicar um golpe. Pode produzir um filme por um milhão de dólares, mas se o filme der errado por conta da morte do protagonista, ele fica rico com o pagamento do seguro. Com isso em mente e com a ajuda de seu sobrinho Walter (Zach Braff), vai atrás de algum ator cuja carreira já acabou faz tempo, e encontra o lendário Duke Montana (Tommy Lee Jones), ator famoso por filmes de faroeste, em um asilo para artistas. Duke está querendo se matar, mas acaba topando. Daí pra frente, Max vai tentar fazer de tudo para dar cabo da vida de Duke e receber o dinheiro do seguro. Mas é claro que o plano dá errado.

O filme é uma comédia boba, com um roteiro pueril e que tem certeza de que o espectador não sabe como um filme é feito. Em determinado momento da fita, eles vão olhar o que já têm pronto do filme que estão rodando e a montagem já está completa, com a trilha sonora e tudo. É muito vergonhoso. Apesar disso, pode ser que Vigaristas em Hollywood divirta os espectadores que desliguem o cérebro. Pelo menos De Niro, Tommy Lee Jones e Morgan Freeman parecem estar se divertindo muito. Afinal de contas, é uma comédia despretensiosa, que serviu pra pagar as contas dos três.

Avaliação: 2.5 de 5.
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Ainda Estou Aqui – Crítica

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ainda estou aqui

Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.

Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.

Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.

Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.

Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.

O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.

Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.

Nota 5 de 5

Avaliação: 5 de 5.
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