Reviews e Análises
Super/Man: A História de Christopher Reeve – Crítica

Super/Man: A História de Christopher Reeve (Super/Man: The Christopher Reeve Story – 2024) é um documentário que se dedica a contar a história da vida do ator que interpretou o Super-Homem nos cinemas entre a década de 70 e 80 e que sofreu um acidente no final dos anos 90 enquanto participava de uma sessão de hipismo e acabou ficando tetraplégico. Reeve usou sua influência como celebridade para lutar pelos direitos das pessoas com deficiência e buscou conseguir investimentos para financiar pesquisas com células troncos.
O filme é o primeiro a trazer o selo DC Studios em sua abertura e é brilhantemente conduzido pela direção e roteiro de Ian Bonhôte e Peter Ettedgui. Ele se concentra em contar a história de Reeve, que possui uma aura de deus invencível com a qual interpretou o personagem, mas também do homem quebrado, que teve a sua independência arrancada de uma hora para outra. A dicotomia entre o homem invencível e que ao mesmo tempo se tornou o ser humano mais frágil e indefeso.
O que torna a condução do filme tão boa é poder se enxergar em Reeve: um homem bom, que falha consigo e com os outros, como todos nós. O filme também dá um destaque sensacional para as mulheres que viveram com Reeve, mães de seus filhos. Em especial por Dana Reeve, esposa que segurou sua mão no momento mais difícil e disse: “Você ainda é você, e eu te amo”.
Homem ou Super-Homem?
O filme mostra diversas cenas de bastidores dos filmes de Reeve, depoimentos de amigos e, principalmente dos filhos. Os momentos que mostram a amizade entre Reeve e Robin Williams são a cereja do bolo. Intercalando com cenas da recuperação dele após o acidente, suas interações em Hollywood e na atividade política para angariar fundos para as pesquisas. O filme mostra ainda os resultados dessas pesquisas e como o trabalho que Reeve e Dana iniciaram, hoje estão trazendo frutos para pessoas com deficiência.
Super/Man: A História de Christopher Reeve é um filme nostálgico, que parece funcionar apenas para quem viveu a época em que ele interpretava o super-herói. Porém, conta uma história de superação e esperança, com a qual todos conseguem se relacionar. Sem esquecer de desmistificar a figura de Reeve, que por diversas vezes mostra que aprendia com seus erros. Seja com suas esposas, seus filhos ou em suas escolhas profissionais. O filme conta, de maneira muito singela, como o ator superava as dificuldades que, por vezes, ele mesmo criava.

Super/Man: A História de Christopher Reeve é um belíssimo documentário, extremamente bem montado. Com uma trilha sonora impecável, o filme mostra uma das personalidades mais interessantes do show business norte-americano. Um homem que sempre acreditou na esperança de uma vida melhor. Logo a esperança, aquele sentimento que o Superman mais simboliza para as pessoas.
Nota 5 de 5
Reviews e Análises
Lispectorante – Crítica

Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.
Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.
Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.
A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!
Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.
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