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Oferenda ao Demônio – Crítica

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Mazel Tov, espírito que rouba crianças! Que filme foi esse, meu S’nhor? Entendi bem? sim, mas não sei se queria. Agora, uma coisa posso afirmar categoricamente: Um filme necessário. Afinal já vimos demónios e fantasmas de muitos segmentos religiosos, mas é a primeira vez que vejo um demônio hebraico. Outra mitologia do mal. É ruim, mas é diferente.

Heimisch, “Oferenda ao Demônio”, Paris films, 2023

O filme é dirigido por Oliver Park, mesmo de “Night of Horror: Nightmare radio” de 2019. O rapaz mostra que estudou pra coisa pq apesar do filme ser bem fraquinho, não está mal dirigido. Tecnicamente não é um fracasso, mas também não se destaca. E acho que por isso o filme não zera na nota. Percebe que é alguém que sabe o que tem que fazer, executa, mas não impressiona. 

Já o roteiro vem das mãos de Hank Hoffman e Jonathan Yunger, ambos sem trabalhos marcantes na carreira nessa posição. E só isso já explica muita coisa. Um argumento curioso e diferente, mas fraaaaaaco. A história não engata, os conflitos dos personagens são sem profundidade, e a empatia com as personagens não se constroem bem. Roteiro bem be-a-ba, raso.

“Oferenda ao Demônio”, Paris films, 2023

No elenco a turma trabalhou legal e sustentou o que foi proposto, mesmo tendo horas que a gente se pergunta: “pra que isso tudo, moço?”. Bom, temos Nick Blood (“Still” de 2018 e “Body of water” de 2020) como Arthur e Emily Wiseman (“A maldição da casa Winchester” de 2018) como Claire, o casal principal da história. Participam também Paul Kaye (“Drácula: a história nunca contada” de 2014 e “Tomorrow” de 2018) como Heimisch e Allan Corduner (“Um Ato de liberdade” de 2008 e “Tár” de 2022) como Saul, pai de Arthur. O elenco é bom, mas realmente foi subutilizado.

“Oferenda ao Demônio”, Paris films, 2023

E do que se trata mesmo esse horror, ou melhor, suspense? Conta a história de um rapaz que vem com sua esposa (Arthur e Claire) recomeçar a vida ao lado de seu pai (Saul). Saul é dono de uma funerária que atende a comunidade Judaica. A funerária de Saul recebe um corpo de um conhecido, porém com sinais diferentes, que ninguém ousou tirar do corpo, até que o bisonho do estagiário do Artur resolve mexer com o que está quieto. Com isso ele libera um demônio que tem muitos nomes em muitas culturas, mas que aqui leva o nome de ‘Apanhador de crianças’. E daí pra frente só pra trás. Mas vou falar não pra não estragar a pouca experiência que o filme pode te trazer.

Essa crítica via dar 1 de 5 por misericórdia (ou seria Charis?) e reconhecimento pelo trabalho técnico.

Avaliação: 1 de 5.

O filme estreia dia 09 de Fevereiro nos cinemas.

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Ainda Estou Aqui – Crítica

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ainda estou aqui

Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.

Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.

Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.

Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.

Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.

O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.

Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.

Nota 5 de 5

Avaliação: 5 de 5.
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