Reviews e Análises
Não se Preocupe Querida – Crítica

Ahh não se preocupe mesmo. “Vai ficar tudo bem!”, Eles dizem. Mas nem sempre nos encaixamos na matrix e o perfeito pode trazer uma atmosfera muito mais tensa. E assim nós recebemos um filme belíssimo com muitas camadas. E quando eu digo muitas camadas, são muitas mesmo. Mas calma, não chega a ser um filme “Tênis verde”.

Dirigido por Olivia Wilde, que tem uma vasta experiência como atriz, mas como diretora, pode se dizer que está em fase inicial, não faz feio e traz excelentes escolhas em condução. O trabalho de fotografia e posso dizer de coreografia na composição das cenas, são um show a parte com uma qualidade impressionante. Assim como o som do filme também é um personagem especial. Sem mais cetim rasgado, acho que vocês já entenderam que no que diz respeito à técnica, o filme foi bem feito.
A atuação não traz nada de magnífico. Está redondinho e bem feito. Traz Florence Pugh (“Midsommar: o mal não espera a noite”, 2019 e “Viúva Negra”, 2021) no papel de Alice Chambers, que esta muito bem em toda a trajetória do filme. Traz também Harry Styles (“Dunkirk”, 2017 e “Eternos”. 2021) como Jack Chambers, Chris Pine (“Mulher Maravilha” , 2017, “Star Trek”, 2009, 2013 e 2016) como Frank, e a Própria Olivia Wilde como Bunny. E mais um ótimo elenco.

De roteiro nós temos uma história bem construída e com muitas nuances e bastante crítica. A referência a época dos anos 50 americanos não é à toa e muito menos todas as referências contextuais. E nem dá pra chamar de um revival de um passado distópico, mas isso você vai ter que descobrir. O que importa é que foi bem escrito e executado. Ahh sim. Roteiro de Katie Silberman que tem uma experiência sem grandes destaques, Carey Van Dyke e Shane Van Dyke com também sem grandes títulos em suas listas.

Mas Não se preocupe, querida. Vamos falar da história do filme. Um jovem e belo casal, morador de uma vila bem charmosinha com ares de anos 50 americano, estão em um perfeito “american Dream” revisitado e projetado para os dias de hoje. Apesar de não desfrutar de muita tecnologia, claramente essa comunidade se retirou do século 21 para viver um sonho progressista de meados do século 20, mas não nega a existência de um mundo exterior. O que parecia ser uma comunidade perfeitamente encaixada, porém não se deve fazer muitas perguntas, começa a sofrer abalos devido ao comportamento estranho de uma vizinha e logo uma tragédia abala as estruturas da visão da Jovem Alice. E esse Jovem casal (Alice e Jack) começa a passar por situações complicadas mostrando os bastidores desse sonho. Não vou falar mais pra não estragar sua experiência, mas vale muito a pena.
A crítica para esse filme dá uma boa nota 4 de 5. Afinal é muito bom, mas não traz nada excepcional.
O filme é uma produção Warner e estreia dia 22 de setembro nos cinemas.
Reviews e Análises
Lispectorante – Crítica

Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.
Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.
Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.
A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!
Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.
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