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Reviews e Análises

Missão de Sobrevivência – Crítica

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Parece que 2023 é o ano dos filmes de gênero que não se sustentam dentro de si. Já escrevi resenhas sobre comédias que não fazem rir, filmes de terror que não assustam e agora é um filme de ação que não empolga. Missão de Sobrevivência (Kandahar) conta a história de Tom Harris (Gerard Butler) um agente da CIA que se vê perseguido pelas forças especiais do Afeganistão quando o vazamento de uma operação acaba comprometendo sua identidade. Acompanhado de Mohammad (Navid Negahban), um tradutor em busca de vingança e de sua cunhada desaparecida, Tom tenta a todo custo chegar na fronteira para poder voltar para sua família em segurança.

O filme é dirigido por Ric Roman Waugh, conhecido também por Destruição Final: o Último Refúgio e Invasão ao Serviço Secreto, ambos também com Gerard Butler nos papeis principais. Estamos vendo algum padrão aí? A direção, apesar de esforçada, não consegue sustentar o fraco roteiro escrito por Mitchell LaFortune. O texto traz uma história batida, sem muitas reviravoltas que possam manter o espectador ansioso.

Além disso, aparentemente o orçamento do filme não foi lá grandes coisas, o que não garantiu que as cenas de ação pudessem ser mais estrambólicas ou impactantes. Infelizmente, depois de ter visto recentemente um filme de ação do porte de Missão: Impossível – Acerto de Contas, Missão de Sobrevivência tinha que pelo menos tentar alcançar a barra.

Já na parte dramática, o filme até consegue arrancar uma boa atuação, principalmente de Navid Negahban, que convence como um homem honesto que procura um familiar perdido em um país tomado por terroristas. Mas o roteiro decepciona novamente ao não levantar mais questões polêmicas como a opressão ditatorial em cima da população. Fica mais envolto no thriller de guerra, sem nunca partir para o conflito em si, a não ser perto do final das duas horas de projeção.

O filme ainda tem algumas tramas de personagens secundários que a gente acha que vai dar em alguma coisa mas acabam deixados pelo meio do caminho. Um vilão que fica só na promessa e no visual chique talibã, sempre prometendo algo que nunca entrega. Pura pose. No final da projeção se tem aquela sensação de ver um filme que prometia, mas que nunca chega lá. Medíocre e decepcionante, mas tecnicamente bem feito.

Avaliação: 2.5 de 5.
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Reviews e Análises

Lispectorante – Crítica

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Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.

Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.

Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.

A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!

Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.

Avaliação: 3 de 5.
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Burburinho

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