Reviews e Análises
Meu Pai é Um Perigo – Crítica
São tantas camadas que eu nem sei por onde começar. Contudo começo pelo que considero primordial: Gostoso de assistir. De Niro de paizão cheio de manias é divertido demais. E falar sobre família e tradições gera tanta coisa e tem tanto material que a possibilidade de sair um filme divertido é alta, ainda mais quando se junta um bom elenco.
Essa história tem a direção de Laura Terruso, mesma de “Good Girls Get High” de 2018 e “Dançarina imperfeita” de 2020. E aqui apresenta um trabalho com os deveres de casa feitos. Cenas bem conduzidas e montadas, mas bem medianas. A direção não traz nada excepcional, não tem uma cena grandiosa, não pede uma atuação incrível, o ritmo anda bem mas não explode. Então ele se torna um filme agradável de assistir com sua família numa tarde de domingo, mas não sei se um filme a ser lembrado.
O roteiro é de Austen Earl e Sebastian Meniscalco, e inclusive a história se baseia na história desse último. O roteiro é muito complexo e interessante, apesar do objetivo de ser um filme família de fácil compreensão. No entanto, o filme traz crítica social em relação aos imigrantes, fala sobre tipos de criação por famílias, efeito da criação de um filho em suas decisões e postura quando adulto, a adaptação de duas diferentes pessoas quando estão prestes a se unir em matrimônio, e etc. As piadas são boas e a história está bem amarradinha, mas senti falta de um ritmo mais ajustado. Alguns momentos o ritmo ficou no quase e não sei se é do roteiro ou da direção. Mas o filme passa bem também.
Sobre o elenco temos uma turma boa. Começando no top com essa família Robert de Niro (“O Irlandes” de 2019 e “Tirando o atraso” de 2016) como Salvo Meniscalco e Sebastian como ele mesmo. Temos Leslie Bibb (“Te Peguei” de 2018 e “Na Rota do Tráfico” de 2019) como Ellie, noiva de Sebastian. Da família de Ellie temos Kim Cattrall (“Loucademia de Polícia” de 1984 e Aventureiros do bairro proibido” de 1986) como a mãe Tigger, David Rasche (“Stallone: cobra” de 1986 e “Bingo: esperto pra cachorro” de 1991) como o pai Bill Collins, Anders Holm (“Um senhor estagiário” de 2015 e “Como ser solteira” de 2016) como o irmão mais velho Lucky e Brett Dier (“Diário de um banana” de 2010 e “O Mistério de Grace” de 2014) como o irmão mais novo Doug. Vamos lá.. o elenco segura bem, é agradável de ver, mas um pouco no campo do lugar comum. O que me coloca na posição de dizer que é um bom trabalho de atuação, mas sem nada a destacar.
O filme conta a história de um rapaz, filho de um imigrante italiano. Sua história e a de seu pai são contadas até esse momento: ele está prestes a propor sua namorada em casamento. E o momento perfeito aparece e em uma viagem para que ele conheça a família da noiva, mas seu pai acaba por ter que ir junto. E as diferentes visões de mundo e experiências vividas vão gerar altas confusões entre essas famílias. Não vou contar muito mais para você não perder a experiência e não deixar de vir aqui contar como foi.
Essa crítica dá uma nota 3 de 5 para esse filme.
O filme estreia dia 25 de maio nos cinemas.
Reviews e Análises
Ainda Estou Aqui – Crítica
Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.
Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.
Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.
Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.
Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.
O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.
Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.
Nota 5 de 5
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