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Reviews e Análises

Mafia Mamma: De Repente Criminosa – Crítica

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Família às vezes deixa cada bucha pra gente, né? Tem umas heranças que são mais boletos do que carta de crédito. E olha que às vezes a vida da gente está uma bosta e a herança consegue ser quase pior. não foi um desabafo, juro. Com esse clima e com tempero de massa italiana que chega aos cinemas: Mafia Mamma. Um filme divertido pra caramba, que merece estar em seu tempo de lazer e vamos falar dele.

“Mafia Mamma: De Repente Criminosa”, Paris Filmes, 2023

O filme tem direção de Catherine Hardwicke, que também assina “Aos 13” de 2003 e “A garota da capa vermelha” de 2011, e aqui mostra bem que sabe o que está fazendo. O filme está perfeito? Não. Definitivamente não está. Vaza uns efeitinhos de tiro aqui, um erro de câmera ali, mas ele está bem dentro do que se propõe. Boas cenas ensaiadas, ritmo excelente, prende o público e entretêm com boas piadas. Ou seja, a direção se mostrou presente e preocupada em entreter somando os elementos técnicos.

O roteiro a três mãos tem a assinatura de Amanda Sthers (“Madame” de 2017 e “Lugares Santos” de 2017), J. Michael Feldman e Debbie Jhoon, sendo que esses dois últimos possuem experiência, mas nada de muito destaque na linha de filmes. E mais uma vez, um argumento interessante, um começo bobo, mas pega ritmo na história. A estrutura do roteiro é bem feita e simples. Um filme feito estilo sessão da tarde, com piadas simples, mas não tão bobas. E consegue criar um clima de bom humor em todo o filme.

“Mafia Mamma: De Repente Criminosa”, Paris Filmes, 2023

No elenco temos Toni Collette (“Um grande garoto” de 2002 e “Hereditário” de 2018) como Kristin, uma mulher americana que não está com a vida muito bem e descobre que seu avô paterno faleceu deixando para ela a herança da família. Monica Bellucci (“Drácula de Bram Stoker” de 1992 e “A paixão de Cristo” de 2004) como Bianca, secretária pessoal herdada do avô. Sophia Nomvete como Jenny, amiga de Kristen. Francesco Mastroianni como Aldo e Alfonso Perugini como Dante, dois capangas e guarda-costas divertidíssimos. Eduardo Scarpetta como Fabrízio, o sobrinho que não herdou a máfia. Giulio Corso como Lorenzo, o affair italiano de Kristen. O elenco está bem, sem grandes atuações, mas com o dever de casa feitinho. O elenco entrega muito bem a proposta do filme e divertem. 

Kristin, “Mafia Mamma: De Repente Criminosa”, Paris Filmes, 2023

O filme conta a história de Kristen, que está passando por problemas de assédio moral e preconceito de gênero no trabalho, o filho está indo para a faculdade e seu marido é um bosta. Em meio a tudo isso ela recebe uma ligação informando que seu avô paterno faleceu, e que ela é a pessoa citada no testamento para assumir os assuntos da família. Ao chegar lá ela descobre que sua família é dona de uma vinícola e muito mais. Com esse muito mais é que vem as altas aventuras e grandes confusões. E sua vida vira de pernas para o ar ao ter que conhecer verdadeiras famílias italianas. E tudo isso vai fazer com que ela precise tomar decisões importantes. Será que ela vai dar conta?

Essa crítica da 3 de 5 para esse filme divertido.

Avaliação: 3 de 5.

O filme estreia dia 11 de maio nos cinemas.

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A Hora da Estrela – Crítica

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Quando se é aficionado por livros é comum alguma mania: ler a última página, tentar não “quebrar” a lombada de calhamaços enquanto se lê ou usar qualquer coisa que estiver a mão como marcador de páginas. Eu coleciono primeiros parágrafos: escrevo em pequenos cadernos que guardo na estante junto com os volumes que lhes deram origem. Claro que existem os favoritos como o de Orgulho e Preconceito (“É uma verdade universalmente conhecida que um homem solteiro, possuidor de uma boa fortuna, deve estar necessitado de uma esposa.”) e Anna Karenina (“Todas as famílias felizes são iguais, mas cada família infeliz é infeliz à sua maneira.”), mas nenhum fala tanto ao meu coração quanto o de “A Hora da Estrela”:

Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. Mas antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o quê, mas sei que o universo jamais começou.

Agora, se você nunca leu “A Hora da Estrela”, pode dar uma chance a obra da autora ucrano-brasileira Clarice Lispector assistindo a adaptação realizada em 1985 pela cineasta Suzana Amaral, que voltou aos cinemas no último 16 de maio em cópias restauradas digitalmente em 4K.

O longa conta a história da datilógrafa Macabéa (vivida magistralmente por Marcélia Cartaxo, ganhadora do Urso de Prata de melhor atuação em Berlim) uma migrante vai do Nordeste para São Paulo tentar a vida. Órfã, a personagem parece pedir perdão o tempo todo por estar viva, quase se desculpando por ter sobrevivido a sina dos pais. Macabéa é invisível, invisibilizada e desencaixada do mundo.

A interação com as outras personagens acentua o caráter de estranheza que Macabéa sente de sua realidade (“O que você acha dessa Macabéa, hein?” “Eu acho ela meio esquisita”) onde a proximidade física reservada a ela é oferecida apenas pelas viagens de metrô aos domingos.

As coisas parecem mudar quando ao mentir ao chefe – copiando sua colega de trabalho Glória – dizendo que no dia seguinte irá tirar um dente para, na verdade, tirar um dia de folga. Passeia pela cidade e encontra Olímpico (José Dumont) a quem passa a ver com frequência. Infelizmente, mesmo ele, não entende a inocência e esse desencaixe de Macabéa, deixando-a.

“A Hora da Estrela” de Suzana Amaral traz a estética da fome tão cara ao Cinema Novo de Glauber Rocha não apenas na falta, ressaltada em oposição as personagens que orbitam a curta vida de Macabéa, mas no desalento, no desamparo e, principalmente, no abandono que, quando negado em certa altura pela mentira esperançosa da cartomante charlatã (vivida por Fernanda Montenegro), culmina na estúpida tragédia que ocorre com a protagonista.

Se no começo de tudo, como disse Clarice, sempre houve o nunca e o sim, para Macabéa e os seus “sim senhor” o universo reservou apenas o grande não que Suzana Amaral captou como ninguém.

Nota 5 de 5

Avaliação: 5 de 5.
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