Reviews e Análises
Mafia Mamma: De Repente Criminosa – Crítica
Família às vezes deixa cada bucha pra gente, né? Tem umas heranças que são mais boletos do que carta de crédito. E olha que às vezes a vida da gente está uma bosta e a herança consegue ser quase pior. não foi um desabafo, juro. Com esse clima e com tempero de massa italiana que chega aos cinemas: Mafia Mamma. Um filme divertido pra caramba, que merece estar em seu tempo de lazer e vamos falar dele.
O filme tem direção de Catherine Hardwicke, que também assina “Aos 13” de 2003 e “A garota da capa vermelha” de 2011, e aqui mostra bem que sabe o que está fazendo. O filme está perfeito? Não. Definitivamente não está. Vaza uns efeitinhos de tiro aqui, um erro de câmera ali, mas ele está bem dentro do que se propõe. Boas cenas ensaiadas, ritmo excelente, prende o público e entretêm com boas piadas. Ou seja, a direção se mostrou presente e preocupada em entreter somando os elementos técnicos.
O roteiro a três mãos tem a assinatura de Amanda Sthers (“Madame” de 2017 e “Lugares Santos” de 2017), J. Michael Feldman e Debbie Jhoon, sendo que esses dois últimos possuem experiência, mas nada de muito destaque na linha de filmes. E mais uma vez, um argumento interessante, um começo bobo, mas pega ritmo na história. A estrutura do roteiro é bem feita e simples. Um filme feito estilo sessão da tarde, com piadas simples, mas não tão bobas. E consegue criar um clima de bom humor em todo o filme.
No elenco temos Toni Collette (“Um grande garoto” de 2002 e “Hereditário” de 2018) como Kristin, uma mulher americana que não está com a vida muito bem e descobre que seu avô paterno faleceu deixando para ela a herança da família. Monica Bellucci (“Drácula de Bram Stoker” de 1992 e “A paixão de Cristo” de 2004) como Bianca, secretária pessoal herdada do avô. Sophia Nomvete como Jenny, amiga de Kristen. Francesco Mastroianni como Aldo e Alfonso Perugini como Dante, dois capangas e guarda-costas divertidíssimos. Eduardo Scarpetta como Fabrízio, o sobrinho que não herdou a máfia. Giulio Corso como Lorenzo, o affair italiano de Kristen. O elenco está bem, sem grandes atuações, mas com o dever de casa feitinho. O elenco entrega muito bem a proposta do filme e divertem.
O filme conta a história de Kristen, que está passando por problemas de assédio moral e preconceito de gênero no trabalho, o filho está indo para a faculdade e seu marido é um bosta. Em meio a tudo isso ela recebe uma ligação informando que seu avô paterno faleceu, e que ela é a pessoa citada no testamento para assumir os assuntos da família. Ao chegar lá ela descobre que sua família é dona de uma vinícola e muito mais. Com esse muito mais é que vem as altas aventuras e grandes confusões. E sua vida vira de pernas para o ar ao ter que conhecer verdadeiras famílias italianas. E tudo isso vai fazer com que ela precise tomar decisões importantes. Será que ela vai dar conta?
Essa crítica da 3 de 5 para esse filme divertido.
O filme estreia dia 11 de maio nos cinemas.
Reviews e Análises
Ainda Estou Aqui – Crítica
Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.
Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.
Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.
Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.
Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.
O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.
Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.
Nota 5 de 5
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