Reviews e Análises
Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa – Crítica (sem spoilers)
É uma tarefa difícil falar sobre Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa (Spider-man: No Way Home) sem entregar as surpresas que esse filme reserva. Mas vamos tentar. O novo filme do teioso pega a história imediatamente no final do anterior. Homem-Aranha (Tom Holland) tinha acabado de salvar Londres do ataque de Mysterio, vai dar um rolê com sua namorada MJ (Zendaya), quando descobre que sua identidade foi revelada pelo jornalista sensacionalista J. Jonah Jameson (J. K. Simmons). Peter começa a ser perseguido, ou cancelado como se tornou comum na geração em que vivemos, e isso começa a refletir em pessoas queridas como a Tia May (Marisa Tomei). Ao perceber que a situação se torna incontrolável, resolve pedir ajuda ao Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch) para fazer com que as pessoas esqueçam que ele é o Homem-Aranha. Ao realizar o feitiço, Doutor Estranho é atrapalhado por Peter, algo dá errado e vilões de outros universos que já enfrentaram o Homem-Aranha começam a aparecer pela cidade para enfrentar seu inimigo. E cabe ao amigão da vizinhança resolver a situação.
Isso tudo que falei acima você já viu nos trailers. Mas o que você não viu eu não vou estragar. Só vou dizer que o que o trailer não mostra é que esse filme é sobre consequências, sobre errar e acertar, sobre não desistir, sobre fazer o que é correto e não o que é fácil e principalmente sobre que “com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”. Sim, finalmente o Miranha de Tom Holland vai aprender sobre isso. E da forma mais perfeita possível.
O filme é um fan-service do começo ao fim. E bem feito e nada gratuito. Trazer os vilões Doutor Octopus (Alfred Molina), Duende Verde (Willem Dafoe), Electro, Lagarto e Homem-Areia de suas encarnações de filmes anteriores foi uma grande sacada dos roteiristas, pois não precisa explicar muito sobre quem eles são. Todo mundo vê os filmes do Aranha desde 2002. Esse novo filme é uma celebração desses quase vinte anos de aventuras do cabeça-de-teia nos cinemas. Como sempre, Molina e Dafoe roubam a cena. Principalmente Dafoe, que é um ator soberbo.
Os momentos dramáticos do filme superam em muito os momentos de ação e isso pode ser tanto um alento quanto uma decepção para os mais ávidos pelas cenas de ação. Não é que o filme tenha pouca ação. Mas se a direção do filme tivesse ficado na mão de alguém mais competente do que Jon Watts, com certeza teria sido melhor fotografado. As escolhas de luz e cenário, assim como lugar aonde a câmera fica, por alguns momentos é falho. Parece algo feito para a televisão e não para o cinema. Mesmo assim, isso não estraga a experiência. As cenas de ação ficam muito apoiadas no CGI, o que é um problema recorrente em alguns filmes da Sony e da Marvel. Falta aquele toque de realidade em algumas cenas. Um diretor mais cuidadoso talvez percebesse isso.
O roteiro é muito bom, apesar de possuir alguns furos bem sérios que poderiam ser explorados pelos mais chatos. Mas no final das contas são coisas que não importam, que devem ser relevadas. Principalmente porque tudo o que acontece no filme serve à jornada para que o Peter Parker de Tom Holland finalmente torne-se o Peter Parker que nos acostumamos a ler nos quadrinhos de Stan Lee. Se você não sair do filme se sentindo uma criança, com lágrimas nos olhos, cuidado: pode ser que no lugar do seu coração tenha uma pedra de gelo.
PS: O filme tem duas cenas pós-créditos, como quase todo filme do MCU. A primeira é bem boba, gratuita mas que abre um caminho interessante para o futuro. Já a segunda é imperdível e vazou na internet no dia da estreia, mas não vou falar sobre ela. Daqui alguns dias deve ficar disponível de forma oficial e aí a gente volta pra comentar.
Reviews e Análises
Ainda Estou Aqui – Crítica
Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.
Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.
Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.
Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.
Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.
O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.
Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.
Nota 5 de 5
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Rafael Beraldo Dourado
18 de dezembro de 2021 at 18:55
Conseguir comentar esse filme sem spoiler é um mérito inacreditável. Quase ninguém conseguiu. Parabéns!
Tenho duas comparações a fazer. Com Vingadores Ultimato, pois algumas cenas, nesse, trouxeram de volta a mesma comoção do público no cinema de quando um certo martelo foi levantado lá no filme de 2019… Parecia gol em final de copa do mundo!
E com Caça-Fantasmas Mais Além. Um abraço bem apertado pro fã. Foi incrível.