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Reviews e Análises

Entre Mulheres – Crítica

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Pra começo de conversa, eu não deveria opinar sobre, mas vou me esforçar pra não ser bem injusto com essa obra tão pesada e delicada. É um baita filme em muitos sentidos, que impressiona em muitos momentos. É um soco na boca do estômago que impressiona, mas infelizmente não choca. INFELIZMENTE NÃO CHOCA.

“Entre mulheres”, Universal Pictures, 2022

O filme é dirigido por Sarah Polley, que tem em seu currículo “Longe dela” de 2006 e “Histórias que contamos” de 2012. As escolhas foram muito felizes. A coloração, montagem, fotografia, a condução dos atores, tudo muito bem trabalhado. E de fato precisava ser, afinal a carga dramática proposta pede uma direção com olhos muito sensíveis e cuidadosos. O que impressiona é como conseguiu produzir uma dose de humor e leveza, em alguns momentos, com um produto tão pesado. Tá de parabéns.

Com roteiro baseado no livro de Sara Toews e com adaptação de Sarah Polley, o roteiro traz uma proposta impressionante e com muitas camadas. Mas não se engane, pois o filme é bem explícito e claro na sua temática principal: violência sexual contra mulheres. A estrutura das cenas e das falas têm uma provocação que embrulha o estômago. O colorido de intensidade entre personagens fica muito claro. O roteiro é bom em todas as suas estruturas.

“Entre mulheres”, Universal Pictures, 2022

Sobre o elenco, foi um banho de atuação. Zero críticas e reclamações. Um trabalho inclusive de contracenação muito bem orquestrado. E normalmente ao apresentar o elenco, coloco outros trabalhos, mas pelo tamanho do elenco vou apenas focar em artista e personagem. Então vamos lá: Rooney Mara como Ona, Claire Foy como Salome, Jessie Buckley como Mariche, Frances McDormand como Scarface Janz, Judith Ivey como Agata, Kate Hallett como Autje, Liv McNeil como Neitje, Sheila McCarthy como Greta, Michelle McLeod como Mejal, Kira Guloien como Anna, Shaila Brown como Helena, Ben Whishaw como August e August Winter como Melvin. Ufa. Olha essa lista. E todos com uma importância enorme pra história.

“Entre mulheres”, Universal Pictures, 2022

E vou me valer de uma livre adaptação de uma fala do filme pra dizer sobre o que é o filme. “Por ter falta de um nome para o que vivemos, se cria um abismo enorme pra conseguir explicar o que sentimos.” Um grupo de mulheres de uma comunidade afastada e muito religiosa, decidem tomar uma atitude para cessar os abusos físicos e sexuais sofridos em suas casas. Em um processo de debate e votação escolhem se vão partir, lutar, ou aceitar. Essas discussões apresentam pontos de vista carregados de razão e emoção. Essa conversa traz histórias de dor profunda e passadas de geração para geração. É uma postura clara de BASTA DE VIOLÊNCIA!

Essa crítica da 5 de 5 para esse filme e pronto.

Avaliação: 5 de 5.

O filme estreia dia 02 de março nos cinemas.

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Reviews e Análises

Alien: Romulus – Crítica

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O mais novo filme da antologia de Alien é muito mais do que o trailer nos promete. Não é uma refilmagem, mas uma continuação direta do primeiro filme, e também dos prequels. Parece até complicado um novo filme da franquia se inserir entre o o filme de Ridley Scott (Alien, O Oitavo Passageiro – 1979) e o de James Cameron (Aliens, O Resgate – 1986) e ainda assim conseguir costurar toda aquela viagem de Prometheus (2012) e Alien: Covenant (2017). Mas Fede Alvarez consegue realizar essa tarefa árdua e nos entregar um baita filme de terror, digno de estar entre os dois primeiros da saga não só na continuidade, mas na qualidade.

O filme segue uma trupe de colonos que tenta sair do planeta onde estão mas sempre acabam tendo que trabalhar mais para a Weyland Yutani e então decidem invadir as ruínas de uma estação espacial para conseguir fugir das garras de “A Companhia”.

O roteiro e a história do filme foram feitos com esmero e são uma belíssima homenagem ao primeiro filme. Alvarez segue a receita de sucesso onde aparecem os face-huggers, alguém é pego, o xenomorfo explode do peito e o caos está instaurado, mas esse é só o arco do monstro. Os arcos das personagens, da Companhia, dos replicantes e das inteligências artificiais preenchem as quase duas horas do longa metragem perfeitamente, sem tempo pra gastar, só com o tempinho de respirar.

Cada personagem é único e tem suas motivações, histórias e perfil bem definidos e que vão evoluindo durante o filme de uma forma que, se não te faz ter afeto pela personagem, te convence completamente dos motivos pelos quais ela faz o que faz.

O filme tem vários easter eggs para os fãs de Aliens e quem tiver o olho bom conseguirá ver coisas como Nostromo, o passarinho que bebe água, e ainda outros que são homenagens explícitas. Temos ainda alguns acenos para os jogos de Alien, principalmente o Alien Isolation.

O elenco está muito bem e é encabeçado por Cailee Spaeny no papel de Rain, uma colona que tem suas quotas aumentadas para o bem da Companhia; e David Jonsson interpreta Andy um andróid resgatado do lixão e com sua programação re-escrita. A trupe de desajustados que se mete em altas confusões começa com Archie Renaux como Tyler um antigo peguete de Rain e líder do grupo, Isabela Merced como Kay a irmã de Tyler, Spike Fearn sendo Bjorn o amigo merdeiro e Aileen Wu no papel de Navarro a piloto da espaçonave.

Preciso falar aqui que, sim o filme tem seus jump-scares, mas nenhum deles é gratuito ou utilizado só porque ficou tanto tempo sem um sustinho. Alien: Romulus se segura em seu ótimo roteiro pra entregar um terror psicológico, um thriller onde a cada passo rumo à liberdade e a salvação é encontrado com um tropeço alienígena e com fome de carne humana. Angustiante na medida certa.

Outra parte que se destaca no filme é a cinematografia e os efeitos práticos, especiais e visuais. Com tomadas que parecem quadros, tamanha é a beleza do que é projetado na tela. Em diversos momentos me vi admirando a beleza do filme. E antes da nota tenho a obrigação de falar da trilha sonora de Benjamin Wallfish que leva o público exatamente aonde o diretor precisa e encaixa os temas originais da saga perfeitamente.

Avaliação: 4.5 de 5.
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