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Encanto – Crítica

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O mais recente filme da Disney, seu sexagésimo longa-metragem de animação, é talvez um de seus mais poderosos em termos de mensagem. Encanto conta a história da família Madrigal, colombianos que recebem uma vela mágica que ajuda a construir uma casa, também mágica. De tempos em tempos a casa e a vela oferecem um dom especial aos membros da família. Luísa é super forte, Isabela tem uma magia envolvendo flores e por aí vai. Só que o que acontece quando um de seus membros não recebe o seu dom? É o que acontece com a nossa protagonista Mirabel, que passa a ser a “esquisitinha” da família.

Ao tentar entender porque ficou sem seu dom, Mirabel acaba indo atrás de outro membro da família que se auto isolou: Bruno. O tio esquisito que ninguém comenta sobre. Daí pra frente, a história leva a uma jornada interna de metáforas, autodestruição, reconstrução e ressignificação, tudo de uma maneira lúdica o suficiente para que a criança fique distraída e o adulto saia fungando da sala de cinema, carregando o verdadeiro significado do filme em seu coração.

Tecnicamente é um dos filmes mais belos da Disney. A direção de arte, escolha de cores e brilhos fazem o filme ser vistoso. Parece que tudo vai sair da tela e a gente deseja visitar aquela casa Madrigal. A escolha de Lin-Manuel Miranda para a criação dos números musicais só melhora a obra, que apesar de não ter canções memoráveis demais e chicletes como Frozen, são muito divertidas e pontualmente integradas à trama.

Mas é no subtexto que Encanto decola. Quem nunca teve a impressão de que sua família é de um bando de loucos e você é o mais normal ali? Ou ao contrário, que todo mundo na sua família bate bem e você é o maior destrambelhado? A imagem que toda família gosta de passar para a sociedade de perfeição, pureza e nobreza, cai por terra quando a gente se reúne para o almoço e os podres vão sendo revelados. E aquele tio que resolveu expor aquelas verdades e teve que ser expulso do grupo da família no zap? O filme é sobre como toda família é desajustada, mas também sobre como a cura está no amor, na compreensão, no diálogo, no respeito e na união. Não vou falar mais senão estraga.

É daqueles filmes pra colocar na prateleira de cima e ficar em destaque na coleção.

Avaliação: 5 de 5.
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Ainda Estou Aqui – Crítica

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ainda estou aqui

Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.

Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.

Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.

Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.

Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.

O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.

Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.

Nota 5 de 5

Avaliação: 5 de 5.
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Burburinho

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