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Reviews e Análises

Elvis – Crítica

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É impressionante como alguns diretores conseguem imprimir o seu estilo visual desde os primeiros segundos de um filme. Baz Luhrmann é um deles. Em seu mais novo filme, o diretor conta a já batida e conhecida trajetória do Rei do Rock, Elvis Presley, mas de uma forma narrativa completamente nova, pop e histriônica.

A história tem como foco principal e relação de amor e ódio entre Elvis e seu empresário coronel Tom Parker. Desde o começo nos anos 50 até o fim da vida do cantor, o coronel manipulou a vida e as decisões de Presley para que ele fizesse tudo o que o empresário queria. E essa dicotomia entre os dois é o verdadeiro triunfo do filme, que consegue segurar o interesse do espectador para descobrir o que vai acontecer no final.

Falar que Tom Hanks está incrível como Tom Parker é chover no molhado. Ele é sempre incrível em qualquer papel. O destaque aqui fica para Austin Butler e sua interpretação perfeita de Elvis. A voz, o olhar, os trejeitos, a performance nos palcos, o figurino, tudo está no devido lugar. Mas ele vai além. Ele consegue humanizar o ídolo de uma forma com que ninguém conseguiu antes. Não é caricato. É real. Parece que Elvis está ali.

Mas a parte mais importante do filme é mostrar que Elvis cresceu influenciado pela música negra americana. Ele teria misturado o Blues e o Gospel dos afro americanos com quem conviveu durante a infância e a pobreza no sul dos Estados Unidos, com o country music branco para desenvolver o Rock n Roll.

O filme mostra ainda como essa relação deles com os afro americanos influenciou a evolução da sociedade como um todo em uma época de segregação racial e turbulência política no país no final dos anos 60. A apresentação dele no especial de televisão ao cantar “If I Can Dream” é um primor.

Com quase duas horas e quarenta minutos de duração o filme é tão movimentado e bem montado que não parece ser tão longo. Os recursos visuais utilizados para contar a história ajudam nesse ponto, o que faz até o fã mais ardoroso relevar algumas inconsistências com a linha do tempo e os pontos que o filme ignora ou que apenas são citados.

De qualquer forma é um baita filme. Seja para quem gosta do cantor, para quem gosta de filmes biográficos, para quem se interessa por história ou simplesmente para quem quer se divertir. Filmaço. Tomara que não seja ignorado pelas premiações do ano que vem.

Avaliação: 4.5 de 5.
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Ainda Estou Aqui – Crítica

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ainda estou aqui

Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.

Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.

Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.

Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.

Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.

O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.

Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.

Nota 5 de 5

Avaliação: 5 de 5.
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