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   Rafael Beraldo Dourado

   17 de julho de 2023 at 15:13

   Sobre as greves e a redefinição do padrão Hollywood de produção, gasto e “distribuição” de lucros: A Hollywood “como conhecemos” morreu. Se duvidar, morreu ainda lá na década de 40. Temos muita romantização sobre como é ou como deveria ser, mas na prática tem muito abuso – e não só financeiro, basta lembrar aí do movimento “me too” que escancarou o que todo mundo já sabia sobre os testes de sofá e coisas piores. Como todo monopólio, agora o cinema (em específico o americano) tá enfrentando uma concorrência com ele mesmo (streamings e afins) e o que eles conseguiram evitar lá na época da caça aos comunistas e agora ganha ainda mais força: A mão de obra exigindo ser tratada direito. Não é isso que vai matar o cinema, mas vai obrigar que eles, no mínimo, façam o que tem que fazer corretamente: Paguem o que tem que pagar pra quem está viabilizando que o produto exista. A princípio imagina-se que vão repassar o aumento do custo pra não ter diminuição do lucro, mas a corda tem limite até onde dá pra puxar. Eu sou otimista, acredito que existe uma chance de melhorar tudo pra todo mundo, inclusive pros espectadores.

   Ainda no episódio: Ben Kingley raramente escolhe mal, e a exceção que comprova a regra é “Guru do Amor”.

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