Reviews e Análises
A Odisséia (L’Odyssée) 2016 – Por Maria Eduarda Senna
“A Odisséia”, dirigido por Jérôme Salle, conhecido pelo filme “The Tourist”(estrelado por Anjelina Jolie e Johnny Depp) é um filme biográfico que conta a história do explorador oceanógrafo Jacques Cousteau (Um dos primeiros diretores de documentário a ganhar prestígio popular internacional retratando suas experiências a bordo de um navio com sua esposa e seu filho mais novo).
Jacques-Yves Cousteau que é interpretado por Lambert Wilson decide largar a vida em terra e viver com a esposa Simone (Audrey Tautou) a bordo do navio Calypso. Sua paixão pelo oceano faz Cousteau mudar-se de vez para o mar agora com seus 2 filhos. Phillippe (Pierre Niney) o mais novo, cresce ressentido em um orfanato e quando volta a bordo, apesar da péssima relação com o pai e os dois acabam tendo que superar as diferenças e mágoas guardadas para sobreviver em alto-mar.
O Filme já começa nos mostrando de uma forma muito bem feita e poética, um momento trágico da vida de Cousteau, e então a narrativa se desenvolve nos presenteando com os momentos mais marcantes de sua vida, acima de tudo o interesse desse filme é justamente entender a relação entre Cousteau, Simone e seu filho, Philippe (principalmente entre Cousteau e seu filho), não só a bordo do “Calypso”, embarcação na qual o oceanólogo vivia suas aventuras aquáticas, mas entendendo como essa paixão pelos oceanos influenciou nano só a sua vida pessoal, mas como isso influenciou na natureza de uma forma geral, levando-o a feitos incríveis em prol do meio ambiente.
“A Odisséia” é um presente para todos os fãs do explorador, eu particularmente, fiquei encantada com a forma bonita que o diretor Jérôme Salle, conta essa história, através de câmeras e planos incrivelmente lindos. Eu cresci com a minha mãe assistindo as explorações de Cousteau que passavam em rede aberta e vendo através da coleção de VHS que tinha na minha casa. Acompanhado de uma direção de fotografia incrível e linda, repleta de paisagens naturais e imagens subaquáticas muito bem dirigidas, o roteiro do filme consegue encantar e prender o espectador, além de ser muito bem amarrado na história, a direção de arte não fica para trás em absolutamente nada, assim como a maquiagem que está perfeita, nos mostrando de uma forma muito bem feita o envelhecimento das personagens. Definitivamente o bom gosto do filme é mais uma vez um presente em forma de marca registrada das produções Francêsas.
NOTA: 4,5
Reviews e Análises
Ainda Estou Aqui – Crítica
Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.
Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.
Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.
Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.
Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.
O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.
Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.
Nota 5 de 5
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