Reviews e Análises
A Mula (The Mule) Review por Maria Eduarda Senna
A Mula é um filme que conta a história de Earl Stone (Clint Eastwood) que cruzou quarenta e um estados norte-americanos, Earl era horticultor famoso nacionalmente e viveu rodeado por amigos e festa. Earl viveu mais tempo em sua floricultura e com os amigos, viajando e expondo suas flores, do que com a sua família de fato. Agora arrependido, ele começa a dedicar parte da sua velhice para tentar suprir o que ele não viveu e correr atrás do tempo perdido, só que acaba servindo de mula a um cartel de drogas.
A narrativa acontece dessa forma, os personagens nos são apresentados e conseguem nos fazer criar empatia, por eles e por suas histórias. Principalmente Earl que é nosso personagem principal. Clint Eastwood nos presenteia com uma atuação brilhante, diferente de tudo que já fez durante sua carreira, no papel de um velhinho arrependido e ingênuo, faz com que automaticamente a gente se sinta contagiado pelo carisma do personagem, logo depois de fazer “Grand Torino(2008)” Eastwood disse que não iria mais atuar, porém esse filme é um grande encerramento parar sua carreira como ator.
A direção do filme também é de Clint Eastwood que nos últimos anos se dedicou a isso de uma forma magnífica, porém dessa vez não tem nada de tão surpreendente na direção em si, até por que o roteiro não exige uma complexidade absurda nem takes exagerados, é apenas o retrato de uma “rotina” criada pelo personagem, só que o roteiro que por sinal é muito bom, cria a dinâmica e as emoções necessárias para que o filme não seja cansativo.
As atuações são muito boas, e contam com nomes de peso em Hollywood como Andy García no papel de um chefe do tráfico, Breadley Cooper, Laurence Fishburne, Taissa Farmiga como neta do Earl, Diana Wiest que estrelou vários filmes clássicos dos anos 80 (e pra mim sempre vai ser a mãe do Cory Haim em The Lost Boys) e a fila de Clint Eastwood, Alisson Eastwood que interpreta a filha de Earl.
Com uma fotografia bonita, um roteiro amarradinho e alívios cômicos espontâneos, Clint Eastwood de fato conseguiu se despedir com chave de ouro (se é que realmente vai ser seu último filme né?) com uma atuação linda, “A Mula” é sim um filme interessante de se ir assistir no cinema.
NOTA: 3,8
Reviews e Análises
Ainda Estou Aqui – Crítica
Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.
Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.
Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.
Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.
Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.
O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.
Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.
Nota 5 de 5
-
Reviews e Análises2 semanas ago
Megalópolis – Crítica
-
Reviews e Análises2 semanas ago
Ainda Estou Aqui – Crítica
-
CO23 semanas ago
CO2 333 – Multa no Vulcão e o Pai Congelado
-
Notícias2 semanas ago
Warner Bros. Pictures anuncia novas datas de lançamento para os filmes Acompanhante Perfeita e Mickey 17