Reviews e Análises
A Morte Te Da Parabéns 2 (Happy Death Day 2U) Review por Maria Eduarda Senna
A sequência do filme A Morte Te Da Parabéns (2017), finalmente saiu!! E olha.. estou surpresa e como eles conseguiram manter a o nível da história alto como no primeiro longa.
No primeiro filme do que parece ser a montagem de uma trilogia, A Morte Te Da Parabéns, nos apresenta Tree Gelbman (Jéssica Rothe), uma jovem universitária não muito simpática e cheia de inimigos que é assassinada na noite do seu aniversário. Contudo, Tree fica presa no que parece ser um looping temporal forçando a garota a acordar todos os dias no mesmo dia do seu aniversário até descobrir de fato quem é o seu assassino. Durante o processo, com ajuda de seu amigo (e par romântico) Carter (Israel Broussard) a protagonista passa por várias situações peculiares que garantem boas gargalhadas até finalmente voltar à sua essência e descobrir seu verdadeiro assassino.
Mistério resolvido, loop fechado, nesse novo longa Tree deseja trilhar um novo caminho junto a Carter para um futuro fora do loop. Todo mundo feliz.
Bom isso é o que a gente acha não é mesmo?
Na sequência, A Morte Te Da Parabéns 2, somos jogados mais um vez, junto com Tree, de volta para o loop, só que dessa vez sob uma nova perspectiva. O famoso: tudo diferente e tudo igual ao mesmo tempo! (sim é muito difícil falar desse filme sem dar spoiler). Com uma pegada inteligente e dinâmica, a construção do roteiro de A Morte Te Da Parabéns 2 leva o espectador a entender melhor a razão original de Tree acordar todos os dias no mesmo dia. Somos levados a ver o lado quase científico que justifica toda a construção do roteiro. O filme aborda esse lado científico de uma maneira leve, engraçadas e super acessível ado, e olha que não é tão fácil falar sobre aceleração quântica!
Devo dizer que pra mim, o mais surpreendente foi o trabalho do diretor Christopher Landon, que manteve sua direção extraordinária assim como no primeiro filme, confesso que eu estava com medo de cair a qualidade mas até errinhos bobos e continuação (que são super normais) passaram super desapercebidos (pelo menos eu não vi), o que é muito difícil, visto que estamos falando de uma sequência que foi produzida durante dois anos em um tempo cinematográfico de 2 dias, ou seja os atores, a direção de arte, figurino e maquiagem estão de parabéns pelo trabalho incrível de não fazer com que o público perceba.
“A equipe de maquiagem e cabelo tiveram realmente um trabalho impecável para acrescentar a dose necessária de realismo à trama. Claro que nem todos os machucados, roxos e resultados das frequentes mortes de Tree são super realistas, a maioria é mais apelativa até para manter o alívio cômico, mas no geral o trabalho e a linha de raciocínio pra criação das maquiagens e cabelos foi impecável. O que mais que encantou foi a sutileza da maquiagem das cenas das manhãs seguintes às mortes de Tree, que acompanha a causa de sua morte.” – Alexandra Vinagre, maquiadora FX e cenógrafa
O roteiro foi escrito por Landon e pelo roteirista do primeiro longa Scott Lobdell. Sem falhas e com muitas referências a filmes que marcaram nossa infância/adolescência, como They live e De Volta Para o Furuto, somos imersos a uma trama tão incrível quanto os filmes que amamos dos anos 80/90. Personagens carismáticos que fazem o público simpatizar com eles.
A Morte Te Da Parabéns 2 assim como o primeiro longa faz com que o público literalmente não tenha controle das suas emoções. É um filme que te faz rir, chorar de emoção, levar sustos, te coloca pra pensar sobre vários assuntos e tudo isso sem perder a essência e a dinâmica de um bom filme.
Com a adição de uma trilha sonora marcante, a sensação que tive em assistir foi de finalmente estar vendo os Slashers que assistíamos quando jovens! (#sdds) O filme traz uma nostalgia que deixa o telespectador animado pra cena seguinte. A direção de Christopher trás muito disso, com planos inovadores e alguns que inclusive homenageiam filmes como Pânico, Sexta Feira 13 e De volta para o futuro (que já foi citado antes, inclusive De Volta Para o Futuro está muito presente nessa sequência, não só em objetos de cena, como em falas do roteiro e principalmente na Trilha Sonora.)
A Morte Te Da Parabéns 2 é um filme que merece ser visto no cinema, mas não esqueçam… ASSISTAM O PRIMEIRO!! E podem ir sem medo por que essa sequência ficou incrível, quando eu achei que não tinha como melhorar fui surpreendida por esse longa!!
Nota 5,0
Reviews e Análises
Lispectorante – Crítica

Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.
Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.
Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.
A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!
Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.
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