Reviews e Análises
A Família Addams 2 – Pé na Estrada – Crítica
A Família Addams retorna aos cinemas em mais uma adaptação. Sequência animada do desenho de 2019, dessa vez a história gira ao redor de uma possível dúvida se Vandinha é mesmo uma Addams ou se teria sido trocada na maternidade. O enredo acaba indo por um lado meio destrambelhado, envolvendo uma viagem para unir a família e essa descoberta da personagem se faz parte de outra família ou não. Claro que no final vão restar os ensinamentos edificantes e tudo o mais, mas isso tudo a gente já viu quinhentas outras vezes em diversos outros produtos de entretenimento.
Com um elenco de dublagem muito afinado, com heróis e heroínas da dublagem como Mônica Rossi, Guilherme Briggs e Alexandre Moreno, infelizmente pode-se dizer que é a dublagem a única coisa que realmente vale a pena no filme. A animação não evoluiu em praticamente nada ao de 2019, inclusive parecendo que se aproveitaram os mesmos moldes dos personagens. A história então é muito ruim. Poderia ser uma aventura na vida de qualquer família desajustada da tv ou do cinema. Já vimos o plot de criança trocada tantas vezes que nada ali soa como novidade. E onde daria pra ser novidade, o filme falha.
Falta Família Addams na Família Addams. Onde estão as bizarrices? O humor sórdido? As piadas macabras? As tentativas de homicídio entre Vandinha e Feioso? Nada. Zero. O filme traz duas ou três piadas interessantes e o resto é um marasmo de criatividade. Uma pena, já que o filme de 2019 foi um dos mais divertidos daquele ano. Família Addams 2 – Pé na Estrada é um desperdício. Não vale nem para levar as crianças para se distraírem. Capaz delas pedirem pra sair na metade.
Reviews e Análises
Lispectorante – Crítica

Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.
Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.
Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.
A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!
Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.
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