Reviews e Análises
Rebel Moon – Parte 1: A Menina do Fogo – Crítica

Rebel Moon – Parte 1: A Menina do Fogo é o resultado da tentativa de Zack Snyder de fazer um filme de Star Wars. Ele apresentou o projeto para a Lucasfilm, que provavelmente leu o roteiro e falou: “mas Zeca, a gente já fez esse filme!”. Como o ego dele não se aguenta, ele insistiu na jogada. Então ele trocou o nome dos personagens (talvez nem isso) e levou na Netflix para ver se colava. E colou.
Sem dúvidas Snyder hoje é o cineasta que mais consegue me tirar do sério. Não consigo conceber o fato de que Hollywood seguir financiando os filmes de qualidade duvidosa desse excelente diretor de videoclipes. Porque é só o que ele deveria continuar fazendo.
Mas tome grana pra alimentar o ego inflado desse sujeito que acha que ter violência, pessoas saradas, sexualidade aflorada e sloooooow mooootioooon são o suficiente para considerar o produto como “coisa pra adulto”.
O primeiro filme da ópera espacial de uma nota só de Snyder é isso: pega Star Wars, mistura com uma versão mal-acabada de Os Sete Samurais, enche de câmera lenta (até a câmera lenta tem câmera lenta nesse filme!), coloca uma personagem magrela, sem carisma e invencível como protagonista e temos um filme!
Rebel Moon tem uma história que você já viu em outros filmes
Rebel Moon é um filme insuportável de chato, mas nos primeiros trinta minutos ainda parece que vamos ter algo interessante. Somos apresentados a Kora (Sofia Boutella), uma jovem fazendeira que pena para ajudar a plantar e colher os grãos que ajudam a alimentar a todos os membros de sua comunidade. Mas o que excede da produção tem sido vendido para um grupo rebelde que enfrenta “nazistas espaciais” que aterrorizam todo mundo.

Um belo dia, os tais nazistas espaciais chegam no planeta, matam o líder da comunidade e ameaçam a todos dizendo que agora querem toda a produção daquele planeta e que voltam em “x” dias para buscar. Deixam um grupo de soldados desajustados e fascistas para trás e vão embora. Lá pelas tantas, a tal da Kora enfrenta os soldados que ficaram, matando a todos sozinha, mostrando então que ela mesma era uma guerreira que deserdou esses mesmos soldados. Agora cabe a ela e ao paspalho da comunidade partirem pelo espaço em busca de guerreiros que possam ajudar a treinar os habitantes da vila para enfrentar os bandidos.
Daí pra frente, você já sem acreditar que estão fazendo MAIS UMA versão de Sete Samurais (ou de Sete Homens e Um Destino ou ainda de Vida de Inseto), o filme começa a buscar os seus outros “heróis”, que entram no grupo com as motivações mais ridículas e sem sentido possíveis. E fica sem condições de se divertir com esse filme se você tem alguma experiência assistindo outros filmes.
Porque Rebel Moon não funciona?
Personagens rasos, diálogos vazios, sem curva dramática alguma. Você vai empurrando Rebel Moon e as duas horas e meia de duração parecem se arrastar por quatro. Ah, mas é um Star Wars pra adulto! Não podemos esquecer. Então bota cena na cantina! Mas é adulto! Então o bandido vai tentar estuprar alguém.
É Star Wars pra adulto! Cadê os jedi? Não dá pra ter jedi. Mas dá pra ter uma guerreira misteriosa que usa duas espadas que de repente acendem em vermelho e parecem sabres de luz! Ah, beleza! Mas o que ela faz de adulto? Ela faz pose e mata um monstro meio mulher meio aranha espacial que está fazendo mal para uma menininha. E como ela se encaixa nessa história? Não sei, mas fica lindo demais a cena em câmera lenta dela pulando pra enfrentar a aranha. Ah, tá bom então!

Não tem como defender Rebel Moon
Defensores do diretor vão elogiar a fotografia, os efeitos visuais, os locais em que ele coloca a câmera, o visual de Rebel Moon. Então: isso é chover no molhado e é a única coisa em que o Snyder é realmente bom. Mas se não tem substância, fica vazio de sentido. E olha que nem em termos de direção de arte esse filme se destaca porque tem uns momentos em que parece que não quiseram fazer algo melhor. Ou por economia de grana ou desleixo mesmo. Sim, estou me referindo ao banho de mangueira com esguicho comprado em loja de ferragens que dão em um personagem já entrando no terceiro ato.
Quando vemos qualquer filme a gente quer se conectar com os personagens e com a história. Queremos nos enxergar nos dilemas enfrentados por aquelas pessoas, em seus defeitos, suas dúvidas, suas escolhas. Queremos amar e odiar junto com eles. E eu tenho certeza de que acabou o filme e você não sentiu nada por eles. Não ficou com vontade de comprar um funko da Kora ou uma estátua caríssima de um personagem-robô chamado Jimmy, que deixa pra parte 2 pra fazer algo de relevante.
E é isso. Esse é Rebel Moon parte 1. Uma casca bonita de um ovo vazio. Só de pensar que ainda tem a parte 2 em abril me dá vontade de repensar essa história de ficar fazendo review de todo filme que eu assisto.
Meia estrela pra fazer caridade.
Reviews e Análises
Mickey 17 – Crítica

Mickey 17 é o filme mais recente de Bong Joon Ho (Parasita 2019) que desta vez nos traz uma ficção científica onde a clonagem (ou seria replicação?) de seres humanos existe. Nesse universo Robert Pattinson é Mickey Barnes, um dispensável – um funcionário descartável – em uma expedição para o mundo gelado de Nilfheim.
Mickey é recriado após cada missão extremamente perigosa que normalmente acaba em sua morte. O filme segue a décima sétima versão de Mickey que também é o narrador de como ele foi parar nessa roubada. E conta como as 16 vidas passadas foram muito úteis para a sobrevivência do restante da tripulação e passageiros da nave. Tudo ocorre muito bem até que, ao chegar de uma missão Mickey 17 se deita em sua cama e Mickey 18 levanta ao seu lado.
No elenco temos Steven Yeun (Invencível) como Timo, o melhor amigo de Mickey. Naomi Ackie (Pisque duas Vezes) como sua namorada Nasha e Mark Ruffalo (Vingadores) como Kenneth Marshal o capitão da nave.
O roteiro do filme foi adaptado do romance Mickey7 de Edward Ashton e foi anunciado antes mesmo da publicação da obra. Ele é cheio de críticas sociais, algo muito comum nos trabalhos de Bong Joon Ho, que usa a nave, sua tripulação e seus passageiros como um recorte da sociedade. Com um seleto grupo cheio de regalias enquanto a massa tem que contar minunciosamente as calorias ingeridas, pessoas com trabalhos simples e outras literalmente morrendo de trabalhar em escala 7×0.
Robert Pattinson quase carrega o filme nas costas, mas Mark Ruffalo também dá um show de interpretação junto de Toni Collette. Infelizmente Steven Yeun não se destaca muito e fica dentro da sua zona de conforto, mas não sabemos se o papel foi escrito especificamente pra ele. O elenco entrega muito bem as cenas cômicas e também as dramáticas, o que não te faz sentir as mais de duas horas de filme passarem.
Mickey 17 é um filme de ficção com um pé bem plantado na realidade que te diverte do início ao fim.
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