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Estrelada por Giulia Benite, “Chama a Bebel” tem cartaz revelado
Dirigido por Paulo Nascimento, longa é retrato de uma geração que pensa diferente
A atriz Giulia Benite está de volta aos cinemas na pele de Bebel, uma adolescente que luta em prol de causas ambientais e sociais. Em “Chama a Bebel”, produção que acaba de ganhar seu primeiro cartaz oficial, Giulia é usuária de cadeira de rodas e tem como principal inspiração a ativista sueca Greta Thunberg. O filme tem estreia prevista para fevereiro de 2024.
Com distribuição da Paris Filmes e direção de Paulo Nascimento, o longa de ação infanto-juvenil resultou em um livro de mesmo nome que estará em pré-venda pela Editora Citadel, dia 9/9, na Bienal do Livro, no Rio de Janeiro. Os atores Giulia Benite e Pedro Motta estarão no estande para autografar os exemplares adquiridos no evento. Em janeiro, o livro chega às livrarias e plataformas digitais.
“Chama a Bebel” acompanha a jornada de Bebel, uma brilhante garota que se muda do interior para a cidade grande. A personagem enfrenta as adversidades de um ambiente desconhecido, desafia estudantes populares do colégio e até um inimigo poderoso – um empresário da cidade que faz testes laboratoriais em animais – para defender suas causas. Mudar hábitos e comportamentos é sua meta e a sustentabilidade é seu princípio orientador.
Além de Giulia Benite, o longa traz ainda Pedro Motta, Sofia Cordeiro, Antônio Zeni e Gustavo Coelho no elenco juvenil que conta com participação especial de Flor Gil. Os atores José Rubens Chachá, Flavia Garrafa, Larissa Maciel, Evandro Soldatelli, Marcos Breda, Bele Rezzadori, Laura Souza, Luisa Sayuri e Rafa Muller completam o elenco. A produção é assinada pela Accorde Filmes.
Ficha Técnica
Elenco: Giulia Benite, Pedro Motta, Sofia Cordeiro, Antônio Zeni, Gustavo Coelho, Flor Gil, José Rubens Chachá, Flavia Garrafa, Larissa Maciel, Evandro Soldatelli, Marcos Breda, Bele Rezzadori, Laura Souza, Luisa Sayuri e Rafa Muller.
Direção: Paulo Nascimento
Roteiro: Paulo Nascimento
Direção de Fotografia: Renato Falcão
Direção de Arte: Eduardo Antunes
Direção de Arte Assistente: Cristobal Alvarez
Figurino: Carol Scortegagna
Caracterização: Val Oliveira
Edição de Som: Marcelo Armani, Walther Neto
Montagem: Marcio Papel
Produção Executiva: Marilaine Castro da Costa, Flavio Barboza
Produtores Associados: Giulia Benite
Distribuição: Paris Filmes
Produção: Accorde Filmes
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A Hora da Estrela – Crítica
Quando se é aficionado por livros é comum alguma mania: ler a última página, tentar não “quebrar” a lombada de calhamaços enquanto se lê ou usar qualquer coisa que estiver a mão como marcador de páginas. Eu coleciono primeiros parágrafos: escrevo em pequenos cadernos que guardo na estante junto com os volumes que lhes deram origem. Claro que existem os favoritos como o de Orgulho e Preconceito (“É uma verdade universalmente conhecida que um homem solteiro, possuidor de uma boa fortuna, deve estar necessitado de uma esposa.”) e Anna Karenina (“Todas as famílias felizes são iguais, mas cada família infeliz é infeliz à sua maneira.”), mas nenhum fala tanto ao meu coração quanto o de “A Hora da Estrela”:
Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. Mas antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o quê, mas sei que o universo jamais começou.
Agora, se você nunca leu “A Hora da Estrela”, pode dar uma chance a obra da autora ucrano-brasileira Clarice Lispector assistindo a adaptação realizada em 1985 pela cineasta Suzana Amaral, que voltou aos cinemas no último 16 de maio em cópias restauradas digitalmente em 4K.
O longa conta a história da datilógrafa Macabéa (vivida magistralmente por Marcélia Cartaxo, ganhadora do Urso de Prata de melhor atuação em Berlim) uma migrante vai do Nordeste para São Paulo tentar a vida. Órfã, a personagem parece pedir perdão o tempo todo por estar viva, quase se desculpando por ter sobrevivido a sina dos pais. Macabéa é invisível, invisibilizada e desencaixada do mundo.
A interação com as outras personagens acentua o caráter de estranheza que Macabéa sente de sua realidade (“O que você acha dessa Macabéa, hein?” “Eu acho ela meio esquisita”) onde a proximidade física reservada a ela é oferecida apenas pelas viagens de metrô aos domingos.
As coisas parecem mudar quando ao mentir ao chefe – copiando sua colega de trabalho Glória – dizendo que no dia seguinte irá tirar um dente para, na verdade, tirar um dia de folga. Passeia pela cidade e encontra Olímpico (José Dumont) a quem passa a ver com frequência. Infelizmente, mesmo ele, não entende a inocência e esse desencaixe de Macabéa, deixando-a.
“A Hora da Estrela” de Suzana Amaral traz a estética da fome tão cara ao Cinema Novo de Glauber Rocha não apenas na falta, ressaltada em oposição as personagens que orbitam a curta vida de Macabéa, mas no desalento, no desamparo e, principalmente, no abandono que, quando negado em certa altura pela mentira esperançosa da cartomante charlatã (vivida por Fernanda Montenegro), culmina na estúpida tragédia que ocorre com a protagonista.
Se no começo de tudo, como disse Clarice, sempre houve o nunca e o sim, para Macabéa e os seus “sim senhor” o universo reservou apenas o grande não que Suzana Amaral captou como ninguém.
Nota 5 de 5
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