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Mostra 3M de Arte abre edital para artistas de todo o País

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Com a curadoria de Giselle Beiguelman, Infiltragem é o tema da décima segunda edição que será pautada pela cultura urbana; inscrições podem ser feitas pelo site oficial até o dia 24 de agosto e dois artistas serão selecionados para expor os trabalhos do dia 28 de outubro a 26 de novembro na Linha Verde, em São Paulo

Com informações da assessoria

Estão abertas as inscrições para o edital da 12ª Mostra 3M de Arte, um dos eventos mais importantes e longevos do cenário artístico nacional contemporâneo. A iniciativa dá oportunidade aos artistas de todas as regiões do País de desenvolverem trabalhos inéditos comissionados. O prazo segue até o dia 24 de agosto e artistas estrangeiros residentes no Brasil há mais de dois anos também podem se inscrever. O conceito do projeto neste ano é Infiltragem (leia mais abaixo) e o site oficial, com todas as informações técnicas é este. O resultado será divulgado dia 4 de setembro.

O lugar escolhido para a exposição dos projetos selecionados é a Linha Verde do Metrô paulistano, no trecho entre a Consolação e a Vila Prudente. Os trabalhos, que ficarão visíveis do dia 28 de outubro a 26 de novembro, quando ocorre a 12a Mostra 3M de Arte, reforçam a importância da ocupação de um espaço público, democratizando o acesso às artes e dialogando com os milhares de passageiros que transitam diariamente pelo local.

Caso o artista queira propor uma obra que necessite de um espaço físico específico, a base técnica para o envio da proposta é a estação Santos Imigrantes.

Para a 3M, que patrocina a Mostra desde a sua primeira edição, levar performances artísticas para o Metrô da maior cidade do País, é experimentar novos campos de ocupação da arte, saindo das galerias, de parques e chegando a um espaço reconhecido como um ambiente de conexão e agilidade. Para Layza Mesquini, Líder de Marca e Comunicação da 3M Brasil, “a Mostra 3M de Arte continua ousando para garantir seu propósito de democratização de acesso e distribuição da arte e da cultura. Ampliar seu campo geográfico para áreas distantes do centro da cidade de São Paulo provoca a criatividade dos artistas envolvidos e do público pego de surpresa em seu cotidiano”.

“A Mostra 3M de Arte ocupará um lugar muito urbano, onde as pessoas estão em ritmo acelerado e isso é um desafio aos artistas que poderão criar obras que causem um grande impacto visual. Queremos que o público participe das ações que serão realizadas na Linha Verde e vejam a arte infiltrando o seu dia a dia”, comenta Fernanda Del Guerra, diretora da Elo 3, idealizadora e realizadora do evento.

Infiltragem

Giselle Beiguelman, a curadora e também artista e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismos da Universidade de São Paulo (FAU-USP), entende que essa é uma oportunidade não apenas para os artistas e as suas obras, mas também para as pessoas se desligarem do piloto automático cotidiano. “Queremos propor um jogo de infiltrações no Metrô de São Paulo, acionando expressões artísticas que ali não existiam, em diálogo com elas pessoas que estão em transe nesse contexto. É a esse processo (de absorção e decolagem) que o neologismo Infiltragem se refere”, explica.

Infiltragem foi pensada para fazer parte da rotina de quem frequenta o metrô diariamente. A ideia é contaminar os espaços de trânsito, com obras para serem experimentadas de dentro dos vagões, nos lugares de passagem, como pilares e elevadores, aderindo à movimentação que ocorre nas plataformas e trilhos.

Pautado pela cultura urbana contemporânea, o tema Infiltragem percebe o ambiente público como espaço permeado por territórios informacionais que podem trazer reflexões artísticas.

Entre os artistas convidados desta edição estão Berna Reale, nome referencial da arte contemporânea brasileira, Coletivo Coletores, formado pelos artistas Toni Baptiste e Flávio Camargo, que utilizam diferentes linguagens visuais e tecnológicas para discutirem temáticas ligadas às periferias; o coletivo memético Saquinho de LixoVivian Caccuri Thiago Lanis que usam a música e o som nas suas obras, e o arquiteto e designer multimídia, Guto Requena. A concepção visual da Mostra 3M de Arte deste ano é do estúdio cldt, dirigido por Celso Longo e Daniel Trench, autores de projetos combinando repertório da arquitetura, urbanismo, artes e design.

Maré de Matos – trabalho selecionado via edital na 10ªMostra 3M de Arte em 2020. Crédito: Karina Bacci

Inscrição

Para se inscrever, acesse a bio da Mostra 3M de Arte no Instagram para enviar um projeto inédito e a respectiva realização, portfólio com imagens de trabalhos, cronograma, orçamento detalhado para a produção, montagem e desmontagem da proposta e outros custos necessários. Todos os participantes devem levar em consideração o lugar da Mostra 3M de Arte, a duração da exposição, além do acompanhamento em tempo integral da instalação da obra. Para quem reside fora da cidade de São Paulo, haverá hospedagem e transporte pagos pela empresa Elo 3.

Para participar, o artista precisa apresentar projetos que estejam alinhados ao tema e em consonância com as regras apresentadas no edital. Cada selecionado receberá 5 mil referentes ao cachê de criação e direitos autorais de exibição e 20 mil de verba para produção (incluindo transporte, instalação e desinstalação da obra).

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A Hora da Estrela – Crítica

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Quando se é aficionado por livros é comum alguma mania: ler a última página, tentar não “quebrar” a lombada de calhamaços enquanto se lê ou usar qualquer coisa que estiver a mão como marcador de páginas. Eu coleciono primeiros parágrafos: escrevo em pequenos cadernos que guardo na estante junto com os volumes que lhes deram origem. Claro que existem os favoritos como o de Orgulho e Preconceito (“É uma verdade universalmente conhecida que um homem solteiro, possuidor de uma boa fortuna, deve estar necessitado de uma esposa.”) e Anna Karenina (“Todas as famílias felizes são iguais, mas cada família infeliz é infeliz à sua maneira.”), mas nenhum fala tanto ao meu coração quanto o de “A Hora da Estrela”:

Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. Mas antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o quê, mas sei que o universo jamais começou.

Agora, se você nunca leu “A Hora da Estrela”, pode dar uma chance a obra da autora ucrano-brasileira Clarice Lispector assistindo a adaptação realizada em 1985 pela cineasta Suzana Amaral, que voltou aos cinemas no último 16 de maio em cópias restauradas digitalmente em 4K.

O longa conta a história da datilógrafa Macabéa (vivida magistralmente por Marcélia Cartaxo, ganhadora do Urso de Prata de melhor atuação em Berlim) uma migrante vai do Nordeste para São Paulo tentar a vida. Órfã, a personagem parece pedir perdão o tempo todo por estar viva, quase se desculpando por ter sobrevivido a sina dos pais. Macabéa é invisível, invisibilizada e desencaixada do mundo.

A interação com as outras personagens acentua o caráter de estranheza que Macabéa sente de sua realidade (“O que você acha dessa Macabéa, hein?” “Eu acho ela meio esquisita”) onde a proximidade física reservada a ela é oferecida apenas pelas viagens de metrô aos domingos.

As coisas parecem mudar quando ao mentir ao chefe – copiando sua colega de trabalho Glória – dizendo que no dia seguinte irá tirar um dente para, na verdade, tirar um dia de folga. Passeia pela cidade e encontra Olímpico (José Dumont) a quem passa a ver com frequência. Infelizmente, mesmo ele, não entende a inocência e esse desencaixe de Macabéa, deixando-a.

“A Hora da Estrela” de Suzana Amaral traz a estética da fome tão cara ao Cinema Novo de Glauber Rocha não apenas na falta, ressaltada em oposição as personagens que orbitam a curta vida de Macabéa, mas no desalento, no desamparo e, principalmente, no abandono que, quando negado em certa altura pela mentira esperançosa da cartomante charlatã (vivida por Fernanda Montenegro), culmina na estúpida tragédia que ocorre com a protagonista.

Se no começo de tudo, como disse Clarice, sempre houve o nunca e o sim, para Macabéa e os seus “sim senhor” o universo reservou apenas o grande não que Suzana Amaral captou como ninguém.

Nota 5 de 5

Avaliação: 5 de 5.
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