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‘Gran Turismo – De Jogador a Corredor’ ganha novo pôster
Filme estreia em 24 de agosto nos cinemas do Brasil
“Gran Turismo – De Jogador a Corredor” ganhou hoje, 29 de julho, um novo pôster inédito destacando os protagonistas David Harbour, Orlando Bloom e Archie Madekwe. Inspirado no famoso jogo de corrida homônimo exclusivo para as plataformas PlayStation, o longa conta com direção de Neill Blomkamp (Distrito 9, Elysium) e chega aos cinemas brasileiros em 24 de agosto.
“Gran Turismo” é inspirado na história real de Jann Mardenborough (Archie Madekwe), que ao vencer um torneio de Playstation promovido pela montadora Nissan, passa a competir em torneios reais de corrida sob o treinamento de Jack Salter (David Harbour).
Sinopse
Baseado na história real de Jann Mardenborough, o filme é o conto definitivo sobre a realização de um sonho do adolescente jogador de Gran Turismo que conseguiu usar suas habilidades no jogo para vencer uma série de competições da Nissan e se tornar um piloto profissional de corridas de carro.
Ficha Técnica
Dirigido por: Neill Blomkamp
Roteiro de: Jason Hall e Zach Baylin
Baseado no videogame da PLAYSTATION STUDIOS
Produzido por: Doug Belgrad, Asad Qizilbash, Carter Swan e Dana Brunetti
Produtores Executivos: Kazunori Yamauchi, Herman Hulst, Jason Hall e Matthew Hirsch
Elenco: David Harbour, Orlando Bloom, Archie Madekwe, Darren Barnet, Geri Halliwell Horner e Djimon Hounsou
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A Hora da Estrela – Crítica
Quando se é aficionado por livros é comum alguma mania: ler a última página, tentar não “quebrar” a lombada de calhamaços enquanto se lê ou usar qualquer coisa que estiver a mão como marcador de páginas. Eu coleciono primeiros parágrafos: escrevo em pequenos cadernos que guardo na estante junto com os volumes que lhes deram origem. Claro que existem os favoritos como o de Orgulho e Preconceito (“É uma verdade universalmente conhecida que um homem solteiro, possuidor de uma boa fortuna, deve estar necessitado de uma esposa.”) e Anna Karenina (“Todas as famílias felizes são iguais, mas cada família infeliz é infeliz à sua maneira.”), mas nenhum fala tanto ao meu coração quanto o de “A Hora da Estrela”:
Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. Mas antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o quê, mas sei que o universo jamais começou.
Agora, se você nunca leu “A Hora da Estrela”, pode dar uma chance a obra da autora ucrano-brasileira Clarice Lispector assistindo a adaptação realizada em 1985 pela cineasta Suzana Amaral, que voltou aos cinemas no último 16 de maio em cópias restauradas digitalmente em 4K.
O longa conta a história da datilógrafa Macabéa (vivida magistralmente por Marcélia Cartaxo, ganhadora do Urso de Prata de melhor atuação em Berlim) uma migrante vai do Nordeste para São Paulo tentar a vida. Órfã, a personagem parece pedir perdão o tempo todo por estar viva, quase se desculpando por ter sobrevivido a sina dos pais. Macabéa é invisível, invisibilizada e desencaixada do mundo.
A interação com as outras personagens acentua o caráter de estranheza que Macabéa sente de sua realidade (“O que você acha dessa Macabéa, hein?” “Eu acho ela meio esquisita”) onde a proximidade física reservada a ela é oferecida apenas pelas viagens de metrô aos domingos.
As coisas parecem mudar quando ao mentir ao chefe – copiando sua colega de trabalho Glória – dizendo que no dia seguinte irá tirar um dente para, na verdade, tirar um dia de folga. Passeia pela cidade e encontra Olímpico (José Dumont) a quem passa a ver com frequência. Infelizmente, mesmo ele, não entende a inocência e esse desencaixe de Macabéa, deixando-a.
“A Hora da Estrela” de Suzana Amaral traz a estética da fome tão cara ao Cinema Novo de Glauber Rocha não apenas na falta, ressaltada em oposição as personagens que orbitam a curta vida de Macabéa, mas no desalento, no desamparo e, principalmente, no abandono que, quando negado em certa altura pela mentira esperançosa da cartomante charlatã (vivida por Fernanda Montenegro), culmina na estúpida tragédia que ocorre com a protagonista.
Se no começo de tudo, como disse Clarice, sempre houve o nunca e o sim, para Macabéa e os seus “sim senhor” o universo reservou apenas o grande não que Suzana Amaral captou como ninguém.
Nota 5 de 5
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