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“A Chamada”, novo longa de ação de Liam Neeson, ganha trailer!
Protagonizado por Liam Neeson, produção chega aos cinemas nacionais em 24 de agosto
A Paris Filmes anuncia hoje o lançamento de “A Chamada” (Retribution), novo filme de ação protagonizado por Liam Neeson nos cinemas. Com estreia marcada para 24 de agosto, a produção conta com direção de Nimród Antal, indicado ao Grammy em 2015 pelo longa-documentário “Metallica Through the Never”.
“A Chamada” é uma refilmagem do longa espanhol “El Desconocido” e retrata um dia na vida de um executivo de banco (Liam Neeson) que ao sair de casa para levar os filhos na escola descobre uma bomba abaixo do assento de seu carro. Em uma corrida frenética – que envolve muita ação e suspense – para desvendar como desativar a bomba e descobrir a identidade do criminoso, ele e seus filhos passarão por situações de tirar o fôlego, uma vez que se saírem do veículo, a bomba explodirá.
Além de Liam Neeson, o filme conta com Embeth Davidtz, Jack Champion e Noma Dumezweni no elenco. O roteiro é escrito por Andrew Baldwin, Alberto Marini e Ward Parry e a produção assinada por Jaume Collet-Serra, Shanna Eddy e Christoph Fisser, das empresas Atresmedia Cine, Kismet Media e Ombra Films.
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A Hora da Estrela – Crítica
Quando se é aficionado por livros é comum alguma mania: ler a última página, tentar não “quebrar” a lombada de calhamaços enquanto se lê ou usar qualquer coisa que estiver a mão como marcador de páginas. Eu coleciono primeiros parágrafos: escrevo em pequenos cadernos que guardo na estante junto com os volumes que lhes deram origem. Claro que existem os favoritos como o de Orgulho e Preconceito (“É uma verdade universalmente conhecida que um homem solteiro, possuidor de uma boa fortuna, deve estar necessitado de uma esposa.”) e Anna Karenina (“Todas as famílias felizes são iguais, mas cada família infeliz é infeliz à sua maneira.”), mas nenhum fala tanto ao meu coração quanto o de “A Hora da Estrela”:
Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. Mas antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o quê, mas sei que o universo jamais começou.
Agora, se você nunca leu “A Hora da Estrela”, pode dar uma chance a obra da autora ucrano-brasileira Clarice Lispector assistindo a adaptação realizada em 1985 pela cineasta Suzana Amaral, que voltou aos cinemas no último 16 de maio em cópias restauradas digitalmente em 4K.
O longa conta a história da datilógrafa Macabéa (vivida magistralmente por Marcélia Cartaxo, ganhadora do Urso de Prata de melhor atuação em Berlim) uma migrante vai do Nordeste para São Paulo tentar a vida. Órfã, a personagem parece pedir perdão o tempo todo por estar viva, quase se desculpando por ter sobrevivido a sina dos pais. Macabéa é invisível, invisibilizada e desencaixada do mundo.
A interação com as outras personagens acentua o caráter de estranheza que Macabéa sente de sua realidade (“O que você acha dessa Macabéa, hein?” “Eu acho ela meio esquisita”) onde a proximidade física reservada a ela é oferecida apenas pelas viagens de metrô aos domingos.
As coisas parecem mudar quando ao mentir ao chefe – copiando sua colega de trabalho Glória – dizendo que no dia seguinte irá tirar um dente para, na verdade, tirar um dia de folga. Passeia pela cidade e encontra Olímpico (José Dumont) a quem passa a ver com frequência. Infelizmente, mesmo ele, não entende a inocência e esse desencaixe de Macabéa, deixando-a.
“A Hora da Estrela” de Suzana Amaral traz a estética da fome tão cara ao Cinema Novo de Glauber Rocha não apenas na falta, ressaltada em oposição as personagens que orbitam a curta vida de Macabéa, mas no desalento, no desamparo e, principalmente, no abandono que, quando negado em certa altura pela mentira esperançosa da cartomante charlatã (vivida por Fernanda Montenegro), culmina na estúpida tragédia que ocorre com a protagonista.
Se no começo de tudo, como disse Clarice, sempre houve o nunca e o sim, para Macabéa e os seus “sim senhor” o universo reservou apenas o grande não que Suzana Amaral captou como ninguém.
Nota 5 de 5
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