Reviews e Análises
Abracadabra 2 – Crítica
Vinte e nove anos separam o Abracadabra original dessa sequência, e talvez esse seja um grande triunfo para o novo filme que a Disney+ adiciona hoje ao seu catálogo de streaming. O longo tempo fez bem para o desenvolvimento do roteiro de Abracadabra 2, como fez bem também para a renovação do público.
O filme original não é lá essas coisas todas e envelheceu meio mal. Já a sequência, começa muito bem mostrando como as irmãs Sanderson conseguiram seus poderes e o livro fonte de seus feitiços. Abracadabra 2 dá um salto no tempo e nos apresenta os novos personagens que vão dar seguimento à franquia. Franquia? Sim, ou você achava que a Disney ia querer parar só por aqui? É óbvio que o filme tem gancho para uma sequência, bem como uma cena pós-créditos.
Becca (Whitney Park) é uma adolescente que mora em Salem, a cidade em que as irmãs Sanderson atormentaram 29 anos atrás. Ela tem interesse em bruxaria e ganha de aniversário uma vela enfeitiçada/amaldiçoada do dono da loja de produtos bruxos da cidade. Óbvio que tudo fazia parte do plano do dono da loja para trazer as irmãs Sanderson de volta. E elas voltam em grande estilo.
Bette Midler, Sarah Jessica Parker e Kathy Najimy retornam aos papéis de Winifred, Sarah e Mary, respectivamente. A química de comédia entre as três continua muito boa, principalmente com a ajuda das boas piadas do roteiro. Os números musicais não poderiam ficar de fora e a releitura de clássicos fazem sentido na história. História que segue sem muitas novidades e reviravoltas. Mas diverte bastante. O filme também reserva várias surpresas e participações especiais que eu não vou estragar aqui, mas os fãs do original vão gostar.
Um filme bom para curtir com a família, no conforto do lar. Faz o pipocão, pega um copão de refri e divirta-se!
Reviews e Análises
Ainda Estou Aqui – Crítica
Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.
Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.
Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.
Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.
Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.
O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.
Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.
Nota 5 de 5
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