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Reviews e Análises

A Fera – Critica

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Estamos diante de “um dia de fúria” do mundo animal. É claro que algumas coisas testam nossa paciência. Existe na concepção desse filme uma premissa maravilhosa sobre lutar por sua família e lutar pelos seus, mas infelizmente a execução bagunça tudo. E quando parece que não pode mais, o filme te surpreende trazendo mais uma camada decepcionante. É uma verdadeira Matrioska de más escolhas. Um suspense de arrepiar.

A Fera, Universal Pictures, 2022

E vindo do diretor Baltasar Kormákur, que trabalhou tb em “Contrabando” (2012), “Dose Dupla” (2013) e “Evereste” (2015), aqui ele tenta uma construção difícil. Já o roteiro de Ryan Engle, que trabalhou em “Sem Escala” (2014) e “Rampage” (2018) e Jaime Primak Sullivan, que trabalhou em “A Invasão” (2018) foram de mexer com os ânimos. Difícil, viu.

No elenco nós temos Idris Elba, Sharlto Coplay, Iyana Halley e Leah Jeffries no núcleo principal. Bom, um trabalho que atende, não chega a ser um trabalho do Cigano Igor, mas também não traz surpresas. Vou nem falar muito, mas poderia ir além.

A Fera, Universal Pictures, 2022

Mas e sobre o que fala o filme? Uma família (que precisa de terapia), aqui representada pelo pai e duas filhas, faz uma viagem para a África, a princípio para passeio e rever um amigo de longa data. Vão para um passeio em uma área de preservação fechada para visitação e as coisas começam a dar errado. Um Leão sobrevivente de uma chacina em seu bando resolve bancar o “Jhohn Wick” numa versão “Mad Max” em “Um dia de fúria” no cenário de “Os deuses devem estar loucos 2”. (Acho que inclusive, se tivesse como, o leão também precisava de terapia.) Bom, nesse cenário tem Idris Elba de coração ferido, que luta com um leão brrrraaabo, pra mostra que ele é mais brabo que o brabo. Tem adolescente querendo ter DR na hora errada, tem África mas nem tanto, tem causa social mas nem tanto, tem crítica sobre a caça predatória mas nem tanto e tem Idris Elba fazendo cenas incríveis de ação…

O filme estreia dia 11 de Agosto, nos cinemas.

Essa crítica oferece bondosamente uma nota 2. Acho que em simpatia pelo leão.

Avaliação: 2 de 5.
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A Hora da Estrela – Crítica

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Quando se é aficionado por livros é comum alguma mania: ler a última página, tentar não “quebrar” a lombada de calhamaços enquanto se lê ou usar qualquer coisa que estiver a mão como marcador de páginas. Eu coleciono primeiros parágrafos: escrevo em pequenos cadernos que guardo na estante junto com os volumes que lhes deram origem. Claro que existem os favoritos como o de Orgulho e Preconceito (“É uma verdade universalmente conhecida que um homem solteiro, possuidor de uma boa fortuna, deve estar necessitado de uma esposa.”) e Anna Karenina (“Todas as famílias felizes são iguais, mas cada família infeliz é infeliz à sua maneira.”), mas nenhum fala tanto ao meu coração quanto o de “A Hora da Estrela”:

Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. Mas antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o quê, mas sei que o universo jamais começou.

Agora, se você nunca leu “A Hora da Estrela”, pode dar uma chance a obra da autora ucrano-brasileira Clarice Lispector assistindo a adaptação realizada em 1985 pela cineasta Suzana Amaral, que voltou aos cinemas no último 16 de maio em cópias restauradas digitalmente em 4K.

O longa conta a história da datilógrafa Macabéa (vivida magistralmente por Marcélia Cartaxo, ganhadora do Urso de Prata de melhor atuação em Berlim) uma migrante vai do Nordeste para São Paulo tentar a vida. Órfã, a personagem parece pedir perdão o tempo todo por estar viva, quase se desculpando por ter sobrevivido a sina dos pais. Macabéa é invisível, invisibilizada e desencaixada do mundo.

A interação com as outras personagens acentua o caráter de estranheza que Macabéa sente de sua realidade (“O que você acha dessa Macabéa, hein?” “Eu acho ela meio esquisita”) onde a proximidade física reservada a ela é oferecida apenas pelas viagens de metrô aos domingos.

As coisas parecem mudar quando ao mentir ao chefe – copiando sua colega de trabalho Glória – dizendo que no dia seguinte irá tirar um dente para, na verdade, tirar um dia de folga. Passeia pela cidade e encontra Olímpico (José Dumont) a quem passa a ver com frequência. Infelizmente, mesmo ele, não entende a inocência e esse desencaixe de Macabéa, deixando-a.

“A Hora da Estrela” de Suzana Amaral traz a estética da fome tão cara ao Cinema Novo de Glauber Rocha não apenas na falta, ressaltada em oposição as personagens que orbitam a curta vida de Macabéa, mas no desalento, no desamparo e, principalmente, no abandono que, quando negado em certa altura pela mentira esperançosa da cartomante charlatã (vivida por Fernanda Montenegro), culmina na estúpida tragédia que ocorre com a protagonista.

Se no começo de tudo, como disse Clarice, sempre houve o nunca e o sim, para Macabéa e os seus “sim senhor” o universo reservou apenas o grande não que Suzana Amaral captou como ninguém.

Nota 5 de 5

Avaliação: 5 de 5.
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